Brasil: Governo faz esforço final pela Reforma da Previdência.

A mídia no final de semana deu ampla cobertura a reforma ministerial que está sendo avaliada e capitaneada por Temer com vistas a Reforma da Previdência. A despeito do feriado prolongado, Temer passou os últimos dias recebendo aliados e trabalhando em prol de uma reforma ministerial que consiga angariar votos para Reforma da Previdência.

Segundo a mídia, o governo hoje teria cerca de 240 votos. A reforma ministerial levaria a 280 votos. Os 308 necessários seriam conseguidos através de uma forte campanha de marketing, capaz de trazer uma pressão do empresariado e da sociedade em torno da Reforma.

A probabilidade de aprovação hoje ainda é baixa e os ativos locais precificam este cenário. Contudo, não há dúvidas que existe um amplo esforço por parte do governo, em várias frentes, em prol da Reforma. Vale lembrar que todas as reformas propostas por este governo apresentaram dinâmica parecida até os momentos finais de aprovação. Começaram como propostas, com baixa adesão. Houve um grande esforço de convencimento e articulação política por parte de Temer e Cia e acabaram ganhando apoio e sendo aprovadas. Isso não significa que esta reforma da previdência seguira o mesmo roteiro, mas acho válido lembrar a dinâmica das últimas reformas, pois as vezes os ruídos da mídia atrapalham as análises mais claras do cenário.

O final de semana trouxe poucos desdobramentos no âmbito externo. O cenário base continua a ser de crescimento global saudável, com inflação subindo de forma gradual e um processo de normalização monetária bem comunicado nas principais economias do mundo. Uma desaceleração da economia mundial já é, de certa forma, esperada. Uma alta gradual da inflação idem. Continuo a ver como riscos ao cenário base uma desaceleração mais acentuada da China e/ou uma aceleração mais rápida e acentuada da inflação nos EUA. Estes são apenas riscos, com baixa probabilidade, mas potencial grande de alteração da dinâmica dos mercados financeiros globais.

Por ora, acredito que o cenário até o final do ano e começo de 2018 ainda seja cautelosamente positivo. O ano de 2018 poderá trazer alguns desafios grandes e uma alta da volatilidade, mas ainda não vejo motivos de curto-prazo para uma alteração de cenário e/ou correção mais acentuada dos ativos de risco. Este cenário, eventualmente irá ocorrer, mas me parece que diante de uma mudança mais clara e concreta do cenário.


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