"Air Pockets"
O mesmo movimento que trouxe uma rápida e acentuada deterioração
dos ativos emergentes na últimas 3-4 semanas parece estar afetando outras
classes de ativos. Durante a noite, vimos uma forte queda do Nikkei, no Japão, uma
posição bastante consensual entre a comunidade global de “Hedge Funds”.
Este movimento acabou sendo seguido por uma pressão (menos
agressiva até o momento) nas bolsas dos EUA, acentuada pelos desenvolvimentos
mais negativos no tocante a Reforma Tributária do país. Vale lembrar que não
apenas as bolsas apresentam pressões negativas hoje, como o mercado de dívida
corporativa, como os High Yield Bonds, começa a apresentar movimentos mais
negativos nos últimos dias.
Por ora, estou tratando os movimentos como realizações técnicas
normais de lucros, em meio a um ambiente de posição técnica deteriorada,
preços/valuations menos atrativos e
sazonalidade de final de ano. Ainda não vejo mudanças substancias de cenário
econômico.
Contudo, vale lembrar que estamos no início do processo de
redução do balanço do Fed, com outros importantes bancos centrais iniciando
processos graduais de normalização monetária. Pela primeira vez, em muito
tempo, isso pode estar afetando a dinâmica dos mercados financeiros globais.
Meu cenário base continua a ser de que este processo ocorra de
maneira gradual e bem comunicada, sem gerar rupturas. Este panorama seria
alterado na eventualidade de dados mais fortes de inflação, especialmente nos
EUA. Isso não quer dizer que não possamos conviver com movimentos pontuais de realização
de lucros e pressão nos ativos de risco, especialmente diante de uma aparente
leniência dos investidores, mostrada através de preços/valuations pouco triviais, posição técnica ruim, volatilidades
extremamente baixas e proximidade do final de ano.
Mantenho alocações em ativos no Brasil, administrando tamanhos e
instrumentos ativamente, visando me proteger de eventos de cauda e/ou mudanças
repentinas de cenário base. Continuo comprado em volatilidade de Rates,
Equities e FX nos mercados externos como hedge do portfólio local.
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