BoE, Reforma Tributária nos EUA & Beautiful Reflation.

A quinta-feira, até o momento, está sendo caracterizada por movimentos de fechamento de taxas de juros no mundo desenvolvido, dólar fraco e leve queda das bolsas. O dia trouxe um batalhão de informações. Na minha visão, estamos diante de movimentos normais de ajuste, mas nenhuma das notícias de hoje deveria ser fundamentalmente importante para o cenário econômico global, ou melhor, para a alteração de um cenário relativamente construtivo, que tenho cunhado como “Beautiful Reflation”.

Talvez a principal informação do dia tenha sido a reunião do BoE na Inglaterra. O Banco elevou os juros em 25bps, como era amplamente esperado. A grande surpresa, contudo, ficou por conta da alteração do “forward guidance”. Se antes o BoE dizia que os juros deveriam subir mais do que o mercado precificava, agora retirou esta parte do texto. Essa sinalização foi lida como uma medida para corroborar a curva local de juros, que precifica cerca de 3 altas de 25bps até o ano de 2020. A decisão de hoje deve ser vista pelo mercado como mais um indício de que os BCs no mundo desenvolvido deverão se manter bastante graduais neste processo de normalização monetária.

Nos EUA, o texto com os primeiros elementos da Reforma Tributária e Fiscal foi divulgado. Ainda não tive tempo de entrar nos detalhes da proposta. Por ora, a proposta apresentada foi vista como uma leve decepção e alguns pontos. Eu acredito que mais um passo importante foi dado na direção de implementação de uma Reforma, senão drástica e agressiva como vende a administração Trump, mas uma Reforma possível e talvez, inclusive, mas enxuta, realista e condizente com o atual estágio do ciclo econômico da economia dos EUA.

No campo econômico, o dado de Produtividade ficou acima das expectativas, com leve surpresa positiva do Unit Labor Cost. O Jobless Claims voltou a cair, e se mantem em nível consistente com uma economia no pleno emprego. Vejo os dados de hoje como corroborando um cenário de crescimento sólido, aumento gradual das pressões inflacionárias, hiato do produto fechado e pleno emprego.

No Brasil, os jornais voltaram a falar na dificuldade enfrentada pelo Governo para implementar uma nova rodada da agenda de reformas. Enquanto isso, as agências de rating começam a sinalizar para uma eventual piora da nota de crédito do pais na ausência de alguma reforma na previdência. Os ativos do Brasil que operam nas bolsas de NY voltaram a mostrar desempenho ruim ao longo do dia de hoje.

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