Primeiros sinais de melhora na dinâmica EM.
O destaque do dia ficou por conta da forte alta no complexo de
commodities metálicas e no petróleo. Em um ambiente de fechamento de taxas de
juros no mundo desenvolvido, esta dinâmica acabou ajudando a descomprimir a pressão
negativa nos ativos emergentes, que já vinha ocorrendo, em menor magnitude,
desde a manhã desta segunda-feira.
Reforço que não vejo mudanças substanciais de cenário e a
melhora da diâmica é um componente importante para que os ativos EM, e no
Brasil, voltem a mostrar bom desempenho novamente. Acredito que um dia de
melhora ainda seja pouco para confirmar a mudança definitiva de dinâmica dos
mercados, mas é um avanço necessário e importante nesta direção.
Mantenho a postura de aumentar cautelosamente as alocações em
Brasil, que estão sendo combinadas com posições tomadas de juros nos EUA e
compradas em volatilidade em Rates e Equities como hedge das alocações locais.
Ainda prefiro os mercados de renda variável e juros nos atuais níveis em
detrimento ao mercado de câmbio.
No mercado de juros, após uma forte abertura de taxa de juros,
incompatível com a pouca, ou nenhuma, alteração do cenário de inflação,
acredito que o mercado tenha criado valor ao longo de toda a curva. Continuo
optando pela parte intermediária das curvas nominais e reais. A despeito de um
carrego mais positivo na curva real de juros, a elevação da inflação implícita
nos últimos dias trouxe valor a curva nominal de juros. A curva continua
bastante “steepada” nos vértices mais longos. Ainda acredito no cenário de
juros mais baixos por mais tempo, mas entendo que devemos respeitar a dinâmica
do mercado, e que esta compressão das taxas será feita ao longo do tempo, dado
o nível das taxas atuais e o ciclo de queda da taxa Selic já realizado pelo
BCB. Assim, tenho administrado o tamanho e os instrumentos da posição de forma
mais ativa.
Continuo vendo um cenário local e global favorável ao mercado de
renda variável no Brasil e no mundo. Acredito que haja fluxos reprimidos para
esta classe de ativos. Nos últimos dias, vimos movimentos que costumam ser
bastante deletérios ao mercado de fundos de ações, com os setores de
commodities sustentando bons níveis, mas forte realização de lucros em setores
mais voltadas a economia local, como bancos e varejo no geral. Acredito que
muito disso seja movimento técnico, normal e todo o ciclo de apreciação das
bolsas de qualquer lugar no mundo. A temporada de resultados está sendo dentro
do esperado, mas as ações têm reagido de maneira errática e, muitas vezes, não explicada
pelos fundamentos. Novamente, vejo esta dinâmica como fruto de questões técnica
e pontuais.
No dólar, continuo sem grandes convicções. Ainda vejo o BRL em
um range, talvez mais largo do que os 3,10-3,25 que vinha anteriormente.
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