Risk-On!
Os ativos de risco estão tendo um dia de melhora generalizada,
em um movimento clássico de “Risk-on”. Assim como não houve um trigger
específico para a realização de lucros das últimas semanas, também não houve um
motivo claro para o movimento de hoje.
Continuo não vendo mudanças substanciais de cenário. Os dados
econômicos continuam apontando para um crescimento global robusto e
sincronizado. Hoje, o destaque ficou por conta da produção industrial de
outubro nos EUA, que apresentou alta sólida e acima do esperado. Os indicadores
de emprego mostram um mercado de trabalho robusto e os índices do mercado
imobiliário seguem na mesma direção. Como observamos ontem, a inflação dá
sinais de aceleração, mas o processo ainda é bastante gradual, o que acaba dando
tranquilidade para o processo de normalização monetária no mundo desenvolvido e
nos EUA, em especial, ser gradual e bem comunicado.
O processo de desaceleração do crescimento da China está em
curso e, por ora, parece ordenado.
Chama a atenção a enorme dificuldade de um processo mais
prolongado de realização de lucros no mercado de equities dos países
desenvolvidos, especialmente perante aos movimentos já observados em outros
mercados, como EM e HY.
O maior risco, passados os principais eventos na China e nos
EUA, continua a ser a posição técnica.
No Brasil, os ativos locais estão seguindo o humor global a
risco. O país talvez tenha sido excessivamente punido nas últimas semanas
devido a uma posição técnica mais prejudicada. Neste momento, o mercado parece
mais balanceado.
Isso não quer dizer que novos movimentos de correção não irão
ocorrer, mas que nestes níveis de preço e posição, já existe alguma defesa à
cenários menos positivos mas que não gerem rupturas.
Espero um mercado mais volátil daqui para a frente, mas uma
mudança definitiva de cenário econômico e para os mercados como um todo irá
precisar de uma mudança mais substancial de pano de fundo, ou choque econômico
e/ou financeiro. Ainda não vejo sinais claros de que nenhum desses choques já
tenham ocorrido.
Sigo comprado em ativos no Brasil, agora bem distribuído entre
juros longos, BRL e Ibovespa. Continuo tomado em juros longos nos EUA.
Aproveitei os últimos dias para reduzir os hedges comprados em volatilidade,
mas sigo buscando hedge assimétricos para o portfólio local.
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