"Relief Rally", one more time!

A sexta-feira trouxe algumas notícias mais animadoras para algumas classes de ativos de risco. Primeiro, na Europa, o DB anunciou uma recompra de cerca de US$5,5bi de seus papéis de dívida. A medida está longe de afastar, definitivamente, os riscos em torno da rentabilidade do banco a longo-prazo, e os riscos de capitalização de curto-prazo. Contudo, é a primeira sinalização por parte de seus gestores de que estão atuando na direção de acalmar os ânimos dos investidores. Vejo a medida como positiva no curto-prazo, mas ainda não definitiva para tirar o banco do centro das atenções dos mercados financeiros globais.

Segundo, nos EUA, as vendas no varejo de janeiro apresentaram altas superiores as expectativas. O Michigan Confidence caiu de 92,0 para 90,7, abaixo das expectativas do mercado (92,3), mas ainda em patamar saudável. A queda nas expectativas longas de inflação, contudo, apresentaram uma preocupante queda. De qualquer maneira, continuam se acumulando sinais de que a economia norte americana continua saudável neste começo de ano, a despeito de todos os ruídos que vem sendo enfrentados ao redor do mundo. Por um lado, os números afastam os riscos de uma recessão no país. Por outro lado, aumentam a dissonância entre a política monetária dos EUA e o resto do mundo.

Novos ruídos em torno da OPEP estão ajudando a promover um movimento clássico de “short squeeze” no petróleo. Por hora, não há nada de concreto em relação a oferta e demanda para esta commodity.

Do lado negativo, em reportagem da Reuters, um membro do ECB sinalizou que um corte de juros em torno de 0,10% nas taxas de juros da Europa está na mesa, mas medidas adicionais, não convencionais e mais agressivas, por hora, estão fora de cogitação.

Em relação aos ativos de risco, vejo espaço para uma estabilização do mercado de renda variável no mundo no curtíssimo-prazo, ajudado pelo técnico favorável, pelos sinais mais positivos da economia dos EUA e pela medida anunciada pelo DB. Esta estabilização, contudo, por hora, me parece apenas pontual e cíclica, já que os problemas estruturais da economia continuam. O mesmo vale para as taxas de juros nos EUA.

Os recentes sinais dos principais bancos centrais ao redor do mundo mostram que a “put” dos policy makers ainda está a preços muito mais baixos do que os atuais. Em outras palavras, os ativos de risco ainda precisarão piorar muito para que uma atuação mais contundente venha a ocorrer (QE privado, TARP na Europa e etc). Assim, ainda vejo um cenário negativo para ativos risco, salvo recuperações pontuais como a de hoje.


Para o dólar, continuamos em um cenário em que “risk-on” é positivo para EMFX e negativo para G3 e, em “risk-off”, vice versa. Para o caso de EMFX, em especial, mesmo em um ambiente de “risk-on”, a queda do EUR, e a perspectiva de alta de juros nos EUA, deveria colocar um piso no USDEM.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juros Brasil

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante – Parte II

Daily News – Um Risco de Cauda Positivo?