Fim do ajuste técnico?!
Com o S&P500 próximo ao patamar de 1925-1950 acumulam-se
evidencias de que o ajuste técnico de posições possa ter ficado para trás. Além
disso, alguns eventos nas últimas 48 horas confirmam que o cenário central para
a economia mundial sofreu poucas alterações nas últimas semanas, a despeito dos
rápidos e acentuados movimentos dos ativos de risco. Eu destacaria alguns
sinais relevantes para os mercados financeiros globais: (1) As prévias dos
PMI´s ao redor do mundo, assim como alguns indicadores de confiança nos EUA e
na Europa (IFO, ZEW, Consumer Confidence e etc), divulgadas entre ontem e hoje,
mostram um crescimento global frágil, (2) a moeda da China, o CNY, apresentou
relevante depreciação contra o USD no fixing
desta noite, (3) o Ministro do Petróleo da Arábia Saudita deu declarações em
que indica de que não há a intensão de reduzir a produção da OPEP, pelo menos
no curto-prazo, entre outros.
Neste ambiente, vimos o petróleo WTI cair cerca de 5% hoje,
colocando pressão nas bolsas globais. Em um movimento clássico de “risk-off”, o dólar se fortaleceu contra
as moedas emergentes, mas acabou ficando mais fraco contra o CHF e o JPY.
Acredito que estamos em um ambiente de elevada incerteza que,
consequentemente, deverá trazer maior volatilidade aos ativos de risco. Vejo
espaço para uma rodada de ajustes negativos nos ativos de risco, passada o
ajuste técnico verificado nas últimas duas semanas.
Brasil – O IPCA-15 de fevereiro apresentou alta
de 1,42% MoM e 10,84% YoY, acima das expectativas de 1,32% MoM e 10,73% YoY. De
acordo com nosso economista: Inflação dos núcleos e headline seguiram
acelerando em 12 meses; IPCA ex-alimentos bastante elevado (7,57%); Inflação de
bens tem acelerado em 12 meses, ficando acima do segmento de serviços; Inflação
de serviços mais ou menos de lado (em 8,1%). Porções ligadas a salário mínimo e
inércia mostrando uma evolução melhor na margem na leitura em 12 meses;
Difusão segue elevado; Esperamos IPCA de 0,95% em fevereiro e 0,55% em março.
A conta corrente de janeiro apresentou déficit inferior as
expectativas, com um IED ainda robusto. A conta corrente continua mostrando uma
tendência positiva de ajuste, em um ambiente de depreciação cambial e forte
recessão. A lado negativo, contudo, ficou por conta da conta financeira, com
cerca de R$3,3bi de outflow de renda
fixa e uma taxa de rolagem de dívida corporativa historicamente muito baixa. A
melhora do déficit em conta corrente é umas únicas notícias positivas que o
cenário econômico tem trazido nos últimos meses. Contudo, infelizmente, as
custas de uma recessão extremamente forte da economia. Ainda assim, o cenário
prospectivo para a conta financeira deixa o país extremamente exposto as
incertezas do cenário global.
EUA
– O Consumer Confidece recuou de 97,8 para 92,2 pontos em fevereiro,
abaixo das expectativas de 97,2 pontos. A abertura mostrou um quadro mais
negativo, com o indicador referente ao mercado de trabalho apresentando
moderação.
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