Ajuste Técnico.
Os ativos de risco estão no meio de um processo acentuado e
agressivo de ajuste de posições. A dinâmica dos ativos locais, na minha visão,
é o maior exemplo disso. As principais posições consensuais do mercado estão
sendo fortemente testadas. No Brasil, posições Short BRL, Aplicadas em Juros e
Short Ibovespa. A qualidade da alta do Ibovespa, por exemplo, é uma outra
indicação desse ajuste técnico, com empresas e setores “odiados” pelo mercado
apresentando forte recuperação. Não vejo mudanças significativas de fundamentos
que justifiquem os tamanhos desses movimentos, mas parece cedo para afirmar até
onde iremos neste ajuste. A manutenção do patamar do BRL acima do 3,85 foi o primeiro
sinal de alento nesta direção, mas os dados de emprego nos EUA amanhã serão fundamentais
para a dinâmica de curto-prazo dos mercados financeiros globais.
A mesma observação vale para o cenário externo, com um short squeeze agressivo no petróleo e
uma forte queda do dólar verificados nos últimos dias.
Existe hoje um crescente receio em torno de uma recessão nos
EUA. Os dados econômicos, contudo, ainda não apontando nesta direção, a
despeito dos ventos desfavoráveis do mundo e dos sinais evidentes de
arrefecimento do crescimento.
O Jobless Claims saiu de 277k para 285k na última semana.
Podemos observar uma leve tendência de alta do indicador, mas ainda em patamar
historicamente baixo. É natural esperar, nesta fase do ciclo econômico, com a
taxa de desemprego abaixo de 5%, um arrefecimento do mercado de trabalho, até
porque tudo indica que o crescimento potencial da economia é hoje muito menor
do que há alguns anos atrás. A Produtividade apresentou queda de 3% no 4Q e o
Unit Labor Cost subiu 4,5% no mesmo trimestre. Ambos são evidencias concretas
do aperto no mercado de trabalho e de um crescimento potencial mais baixo.
No Brasil, os dados da ANFAVEA mostram alguma recuperação da
produção, mas o patamar segue deprimido.
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