Not a very happy pre-Carnival
Na véspera do Carnaval, deixarem todos com um comentário mais
cedo do que o habitual. Os dados de emprego norte americanos, em janeiro,
mostraram um quadro de mercado de trabalho ainda saudável no país. Os números
divulgados hoje afastam, pelo menos temporariamente, os receios em torno da
saúde da economia do país. Como comentou nosso economista chefe:
Geração
liquida de emprego mais fraca que o esperado, mas 151k é superior ao limiar da taxa
de desemprego (ou seja, esse número faz a taxa de desemprego seguir caindo). Os
dados do Household Survey mostram um slack da economia fechando mais rápido do
que o esperado, favorecendo o caso de titghening do FED. Os rendimentos subiram
fortemente (+0,5%). A taxa ano/ano foi para 2,5%. Houve revisão para cima no
ano/ano de dezembro para 2,7%. A taxa de desemprego caiu para 4,9%...
Em relação aos ativos de risco, a
reação, até o momento, vem sendo, de certa forma, clássica. Contudo, a
volatilidade ainda está elevada, e a direção dos ativos de risco pouco clara.
Na minha visão, deveríamos observar, no mínimo, uma acomodação do dólar no
mundo, com a possibilidade do retorno de uma trajetória de alta da moeda dos
EUA. A posição técnica parece um pouco mais saudável após o ajuste observado ao
longo da semana. O cenário ainda me parece extremamente desafiador para as
bolsas ao redor do mundo, especialmente diante que questões micros que surgem a
cada novo dia (bancos na Europa, Tech/Linkedin nos EUA hoje, e etc). O cenário
para as commodities ainda me parece de “lower prices for longer”, mas é
inegável que a dinâmica dessa classe de ativos, assim como dos ativos
emergentes em geral, será determinada pelor próximos eventos na China. Na
segunda-feira, teremos os números de reservas internacionais do país. Por hora,
o governo está conseguindo manter o CNY estável, o que está dando uma sensação
de maior tranquilidade. As pressões para ajustes estruturais na economia,
todavia, continuam elevadas e sem uma solução fácil e de curto-prazo.
No Brasil, o IPCA de janeiro
apresentou forte alta, muito acima das expectativas. O número de hoje coloca em
xeque a estratégia do BCB em manter os juros estáveis, além de colocar um
imenso ponto de interrogação naqueles que já trabalhavam com corte de juros
ainda este ano. Prefiro ficar de fora de posições aplicadas em juros Pré no
curto-prazo, buscando opcionalidades de queda de juros para o ano no mercado de
opção. As NTNB podem apresentar desempenho positivo no curto-prazo, após
algumas semanas de má performance. Continuo acreditando na necessidade de um
ajuste altista no USDBRL (depreciação do BRL).
Ainda vejo sinais inequívocos de
piora no mix de política econômica local, sem que os ativos brasileiros
precifiquem isso de maneira mais evidente. Segundo o ValorPRO, a arrecadação de
janeiro decepcionou as expectativas do Tesouro, ascendendo uma luz amarela na
Esplanada dos Ministérios. Mesmo assim, os jornais de hoje afirmam que o
contingenciamento para o ano deverá ser menor do que R$50bi. Enfim, este apenas
mais um, dos inúmeros sinais de que os fundamentos econômicos estão piorando a
passos largos.
>> IPCA acelerando em 12 meses, enquanto a média dos
núcleos desacelerou ligeiramente; Mesmo sendo bastante elevada a inflação mensal
de janeiro, o índice de difusão ficou acima do que dada à variação preveria;
Inflação de serviços desacelerou em 12 meses, principalmente no segmento ligado
à mão-de-obra. Entretanto, a tendência é de vermos a inflação de educação
reverter essa queda em fevereiro; A inflação de bens está rodando acima da
inflação de serviços, principalmente pelo impacto do dólar (CRB em R$) ao longo
de 2015; A leitura dos núcleos do IPA-DI vieram bastante pressionadas
(acelerando em 12 meses) sugerindo que a inflação de comercializáveis (e bens)
do IPCA siga acelerando em 12 meses nas próximas divulgações; A coleta segue
sugerindo um número bastante elevado de IPCA em fevereiro (por ficar próximo de
1%).
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