US is fine, thanks! But inflation is rising...

O dia de hoje pode ter marcado um importante ponto de inflexão para os mercados financeiros globais. Os números divulgados hoje no EUA mostraram um crescimento no 4Q de 2015 melhor do que o antecipado. Os dados de consumo e renda de janeiro também ficaram acima das expectativas, colocando o PIB do 1Q 2016 em uma posição confortável para um crescimento ainda acima do potencial. Finalmente, e talvez mais relevante, o Core PCE apresentou alta de 0,3% MoM no primeiro mês do ano, atingindo 1,7% YoY. O dado segue números mais forte de Core CPI e Core PPI, já comentados neste fórum há algumas semanas atrás.

Os ativos de risco reagiram de maneira clássica a inflação mais elevada nos EUA, ou seja, com um claro fortalecimento do dólar no mundo, abertura de taxa de juros nos EUA, e alguma pressão nos ativos emergentes.

Na Europa, vimos números desagregados por países preocupantes para a inflação, além de sinais cada vez mais evidentes de desaceleração do crescimento da região.

De maneira geral, vejo uma posição técnica mais limpa no mercado de FX, após um mês de janeiro conturbado, e um mês de fevereiro de consolidação. Mantenho uma visão de que ainda há espaço para a apreciação do dólar no mundo. Contudo, o movimento não será linear, mas sim permeado de incerteza e volatilidade. Como tenho afirmado neste fórum, mantenho uma posição vendida em BRL via estruturas de opção, e uma posição direcional vendida em EUR (proporcionalmente menor do que o BRL).

A perspectiva de que o processo de alta de juros nos EUA possa ser retomado, em algum momento deste ano, algo que havia sido praticamente desprecificado da curva de juros do país, pode vir a trazer novas rodadas de pressão sobre os ativos de risco, especialmente após o ajuste de posições que vimos nas últimas semanas.

Os ativos no Brasil, a despeito da série de notícias políticas locais, estão basicamente seguindo o humor global a risco, e alguns fluxos pontuais específicos. Exceto pelo aumento expressivo da probabilidade de uma mudança de governo nos próximos dias/semanas, espero que a correlação entre mercados locais e externos seja mantida.

O cenário político é de tal forma incerto, que não me arrisco a emitir nenhuma opinião mais firme neste momento.


Tenho aproveitado “spikes” na curva local curta de juros nominais para testar posições táticas aplicadas.

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