Update
Os ativos de risco mantiveram, durante todo o dia, o mesmo viés
positivo observado pela manhã. Não há novidades relevantes que alterem meus
comentários de hoje cedo: Os ativos de
risco estão abrindo a semana em um movimento global (e clássico) de “risk-on”. Eu não vejo nenhum motivo
específico para esta mudança de tendência dos mercados financeiros globais. Assim, acredito
que a combinação de uma posição técnica ainda positiva, dados econômicos
mostrando uma economia norte americana ainda saudável, aliados a aparente
estabilização da situação financeira na China – com o governo local adotando
uma série de medidas visando estabilizar o crescimento do país – como vetores
essenciais para este movimento de curto-prazo dos ativos de risco.
Nem mesmo minha visão descrita neste
fórum na semana passada: Os dados econômicos recentes reforçam um cenário de
estabilização, mesmo que pontual, dos ativos de risco. O quadro técnico ajuda
nesta direção. Podemos esperar um cenário mais estável para bolsas e
commodities, além de um cenário de abertura de juros nos países desenvolvidos,
um fortalecimento do dólar contra G3, porém um bom desempenho para as moedas e
os ativos emergentes. Acredito que esta estabilização deva ser cíclica, já que
os problemas estruturais da economia global, em especial na China, continuam
sem solução fácil. A mudança de visão é que esta estabilização, frente aos
dados recentes, possa durar um pouco mais do que o imaginado anteriormente. A
perspectiva de alta de juros nos EUA é positiva para ativos de risco no
curto-prazo, pois vem acompanhada de uma melhora no cenário de crescimento. Por
outro lado, contudo, irá gerar pressões adicionais ao dólar no mundo e a muitos
ativos emergentes a longo-prazo. Ainda gosto de posições compradas em dólar. Ainda vejo o patamar de 1925-1950 como uma
grande resistência para o S&P500 e, consequentemente, para os demais ativos
de risco.
No Brasil, a nova fase da Operação Lava-Jato, onde foi pedida a prisão
do marqueteiro João Santana, trouxe à tona, novamente, o aumento da
probabilidade de uma impugnação da chapa vencedora das eleições presidenciais
de 2014. Ainda parece cedo para tirar qualquer conclusão concreta sobre o tema.
É inegável que elevaram-se os riscos de cauda para o cenário econômico e
político local o que, naturalmente, manterá os ativos locais sobre grande
volatilidade nos próximos meses.
Os ativos locais tiveram uma reação
clássica aos eventos de hoje, com forte apreciação do BRL, flattening da
curva de juros e forte alta do Ibovespa. A qualidade da alta da bolsa ainda é
suspeita, com os setores mais economicamente pressionados liderando a alta.
Neste momento, o BRL está tentando manter-se acima de 3,95, o que seria
tecnicamente positivo. A curva de juros já apresenta prêmio quase nulo de alta
de juros para as próximas reuniões do Copom.
Ainda vejo um cenário extremamente
nebuloso para o país nos próximos meses. Ajustei (reduzi taticamente) a posição
vendida em BRL apenas para refletir as incertezas de curto-prazo. Ainda estou
concentrado em estruturas de opção que visam reduzir o carrego da posição. Não
vejo prêmios que me estimulem a manter posições aplicadas em juros nominais,
visão que tem se mostrado equivocada nas últimas semanas. O Ibovespa apresenta
uma grande resistência em torno de 44.000/44.500 pontos.
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