Brasil: Piora no mix de política econômica.

Os ativos de risco voltaram a operar com um viés negativo, após uma breve tentativa de descorrelação entre o preço das bolsas norte americanas e o preço do petróleo na tarde de ontem. Hoje pela manhã, observamos um cenário de queda das bolsas e do petróleo, dólar forte contra EM e HY, e fechamento de taxas de juros nas economias desenvolvidas. Por hora, os movimentos são pequenos, e sinalizam para uma incipiente tentativa de estabilização do humor global a risco.

Na agenda do dia, destaque para a PIM no Brasil

Brasil – Os jornais de hoje trazem algumas notícias relevantes, todas apontando na direção de piora no mix de política econômica do país (vide abaixo). A Moody´s estará no Brasil esta semana, o que pode levar a mais um  rebaixamento da nota de crédito do país.

Folha - Planalto vai liberar novo limite de crédito a Estados, diz governador

O governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), afirmou que o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) se comprometeu em reunião com governadores na noite desta segunda-feira (1º) a definir até o final desta semana um limite para operações de crédito a Estados com garantia da União.No ano passado, a liberação de novos financiamentos foi restringida em meio a preocupações do então ministro Joaquim Levy com o controle das contas."Há um compromisso de retomar as operações de crédito", afirmou o governador.


Uma parcela do mercado financeiro já começa a cogitar a possibilidade de o Banco Central cortar a taxa básica de juros (Selic) a partir de abril como forma de responder à depressão da economia. O entendimento é de que os primeiros números da atividade em 2016 vão mostrar um país em colapso, com retração maior que a registrada no ano passado. Números iniciais colhidos pelo BC, referentes a janeiro, apontam que o precipício ficou muito mais próximo. A determinação entre os diretores do BC, porém, é de passar a visão de que não há perspectiva de mudança na política monetária tão cedo. Depois da desastrosa operação comandada pelo presidente da instituição, Alexandre Tombini, de rasgar e enterrar documentos e discursos indicando a alta da Selic, o banco não quer alimentar expectativas que, a princípio, não têm como se concretizar diante da insistência da inflação em se manter acima de 10%, o que se verá até março. O BC acredita, contudo, que, mesmo com os agentes econômicos piorando as projeções de inflação para este ano e os próximos, o custo de vida cederá mais rápido que o projetado. Um técnico graduado do banco ressalta que muita gente ainda não se deu conta dos efeitos deflacionários da queda do preço do petróleo. “A tendência é de só se olhar para os preços da gasolina. Mas o impacto do petróleo na economia é muito maior, vai da cadeia petroquímica ao querosene de aviação”, frisa.
 
Estadão - Programas sociais devem escapar de corte no orçamento
Governo quer evitar contingenciamento do Fies, Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida
 
 Mesmo com dificuldades para fechar as contas em 2016, o governo decidiu preservar do contingenciamento a ser anunciado depois do carnaval os orçamentos do programa Bolsa Família, do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo fontes da equipe econômica ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real daAgência Estado, os três programas não serão atingidos pelo corte, que será anunciado juntamente com a reavaliação de receitas e despesas, até 12 de fevereiro. A previsão do governo é gastar com os três programas R$ 53,8 bilhões em 2016, segundo dados do Ministério do Planejamento. A decisão de poupar essas despesas reduz ainda mais o espaço para cortes no orçamento federal, já restrito por causa do peso dos gastos obrigatórios com salários, despesas da Previdência Social e mínimos constitucionais. As informações são de que o montante a ser contingenciado no orçamento ainda está sendo discutido.

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