Yellen/Fed
Amanhã,
Yellen fará uma aparição no Congresso Americano. Acredito que o desafio de
Yellen será manter as expectativas de mercado nos atuais níveis. Hoje, o
mercado precifica cerca de 40% de probabilidade de uma alta de 25bps em junho,
e 100% de probabilidade de uma alta de 25bps em setembro. Para o final do ano,
o mercado embute duas altas de 25bps. Olhando de hoje, me parece cedo para
Yellen desancorar estas expectativas, até porque poderia criar volatilidade
excessiva no futuro.
Se, por um
lado, o Fed precisa sinalizar para os riscos de crescimento no curto-prazo,
assim como para a inflação baixa que pode perdurar por um tempo maior, por
outro, eles precisam ganhar flexibilidade, reforçando a mensagem de que o
Comitê será dependente dos dados. Assim,
Yellen pode tentar passar a mensagem de que o termo “patient” pode ser retirado do comunicado do FOMC em breve, mas que
isso não necessariamente significa que um processo de alta de juros será
iniciado nas próximas duas reuniões do FOMC.
No
curto-prazo, estamos observando uma acomodação do crescimento nos EUA, que pode
acabar sendo acentuado pelo forte frio que assolou a costa leste nos últimos
dias. Além disso, a inflação ficará baixa por um período de tempo ainda
indeterminado, com as expectativas de inflação em níveis preocupantes. O lado
positivo da história, contudo, fica por conta da robustez do mercado de
trabalho. Assim, me parece o mais
prudente tentar manter a flexibilidade no discurso, mesmo que o começo do
processo de alta de juros tenha que ser adiado por alguns meses.
Com as
expectativas basicamente em torno de 50% de probabilidade de uma alta de juros
em junho, caso Yellen opte por uma sinalização mais clara e menos flexível do
cenário para política monetária, seja indicando alta de juros em junho, seja
indicando um adiamento deste processo para o final do ano, esperaria uma reação
clássica e binária dos ativos de risco. No primeiro caso, USD forte, abertura
de taxa de juros e leve “risk-off”.
No segundo caso, USD fraco, fechamento de taxas de juros e leve “risk-on”.
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