Cenário externo

EUA - Os dados de emprego americanos de janeiro foram inequivocamente fortes, em todas as categorias e revisões. Os números de hoje acobertam, em parte, os sinais de acomodação da economia que estávamos começando a observar nos últimos dias. Assim, a janela no meio de ano para o Fed dar inicio a um processo de alta de juros continua aberta.

Grécia – A situação política no país segue sem definição. A agencia de rating S&P cortou o grau de risco do país de B para B-, com outlook negativo.

Brasil – O IPCA de janeiro apresentou alta de 1.24% MoM, dentro das expectativas do mercado. A ONS cortou as expectativas de chuva para fevereiro elevando, ainda mais, os riscos de racionamento. O governo anunciou o ex presidente do BB como novo presidente da Petrobras. O nome é uma indicação política. A nomeação mostra incapacidade do governo em colocar um executivo técnico, de mercado e que iria trazer maior formalidade a empresa.

Os ativos externos estão reagindo de maneira clássica aos eventos de hoje. Forte alta no USD. Acentuada abertura de taxa de juros nos EUA, com forte flattening da curva. A despeito da alta no preço do Petróleo, que vive dinâmica própria, as commodities metálicas apresentam forte pressão, especialmente as commodities preciosas, como Ouro e Prata. As bolsas norte americanas operam em alta, mesmo com leve pressão sobre as bolsas da Europa.

Acredito que os números de hoje nos EUA deveriam dar novo ímpeto ao movimento de USD forte no mundo. Está cada vez mais complicado fazer o “market timing” de uma potencial acomodação deste movimento no curto-prazo, já que a moeda americana parece ter os fundamentos a seu favor e está com momento muito positivo. Assim, recomenda-se manter posições compradas em USD com visão de longo-prazo, e as reduções serem tratadas apenas como reduções táticas, com um “core position” ainda comprado em USD. A recente queda nas vols de algumas moedas podem ser vistas como oportunidades de alocação via calls de USD.

A curva de juros americana ainda não precifica alta de juros em junho e precisará embutir alguma probabilidade nesta direção. Assim, novas rodadas de abertura de taxas podem vir a ocorrer.


Este ambiente citado acima tende a ser negativo para os ativos emergentes. Assim, demanda-se cautela em alocações a risco nesta classe de ativos. O viés ainda deve ser negativo.

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