Petrobrás: Sem o grau de investimento

O destaque da noite ficou por conta da leve recuperação do HSBC Manufacturing PMI da China, que saiu de 49.7 pontos, para 50.1 pontos, acima das expectativas de 49.5 pontos. O número é o primeiro sinal de estabilização do crescimento que observamos no país em cerca de 4 meses. Ainda me perece cedo para afirmar que entramos em uma tendência maior de recuperação da economia do país, mas o número divulgado na noite de ontem deve ser lido positivamente pelo mercado, já que mostra uma estabilização da economia, em um ambiente onde estamos verificando sinais positivos de crescimento em outras regiões do mundo, como é o caso da Europa e do Japão. No Brasil, o rating da Petrobrás foi cortado para Junk Bond pela agencia Moody´s, o que em parte já era esperado pelo mercado. O CDS de 5 anos da empresa já vinha operando acima de 500bps, patamar compatível com rating de empresas sem o grau de investimento. A ação da PBR opera em queda de 1% no pre-market americano, com o EWZ caindo 0,5%, mas ambos os ativos com baixíssima liquidez.

Brasil – A despeito dos desafios de longo-prazo da economia, como os investidores puderam ser lembrados com o corte do rating da Petro na noite de ontem, o curto-prazo vem mostrando sinais levemente mais positivos, com a sinalização de um maior apoio do Congresso às medidas de ajuste fiscal propostas pela equipe econômica, e um cenário externo um pouco mais favorável, após o discurso de Yellen no Congresso Americano na manhã de ontem, que acabou favorecendo o fechamento das taxas de juros nos EUA e um movimento de USD fraco generalizado. Acredito que os números fiscais de janeiro, com a arrecadação agendada para ser divulgada hoje, serão determinantes no direcionamento dos ativos locais no curto-prazo.

EUA – Em sua aparição no Congresso ontem, Yellen passou uma mensagem muito parecida aquela que observamos nas Minutas do FOMC. A mensagem principal é que o inicio de um processo de alta gradual de juros está cada vez mais próximo. Assim, a retirada do termo “patient”  do comunicado do FOMC deve ocorrer em breve. Contudo, isto não significa, por si só, que o Fed irá iniciar este processo nas próximas reuniões do FOMC. O Fed parece estar preparando o terreno para ganhar flexibilidade, e mostrar ao mercado o quanto a instituição será dependente dos dados prospectivos. Na margem, os números de atividade estão um pouco piores do que as expectativas, mostrando continuidade do processo de acomodação da economia que teve inicio no 4Q de 2014. Além disso, a inflação deve permanecer baixa por um tempo ainda maior do que o previsto anteriormente. Os dados de emprego de fevereiro, a serem divulgados daqui a duas sextas-feiras, serão determinantes nesta equação.

Europa – O Consumer Confidence na França apresentou alta de 90 para 92 pontos em fevereiro, acima das expectativas de 91 pontos e atingindo o maior patamar desde 2012. O numero confirma os sinais recentes de recuperação do crescimento que temos observado no país.

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