Update
O dia foi de
pouca movimentação nos mercados externos, mas com importantes desdobramentos
locais.
Brasil – Além do
anuncio do decreto de “contingenciamento” de gastos até que a LDO seja
aprovada, anunciado na noite de ontem, o superávit primário apresentou alta de
$21.1b em janeiro, muito acima dos $14.8b esperados pelo mercado. É bem verdade
que grande parte da surpresa positiva foi fruto de um surpreendente superávit
de estados e municípios, que não devem se repetir nos próximos meses. De
qualquer maneira, o governo continua dando sinais de que fará tudo que está ao
seu alcance para atingir a meta de 1.2% do PIB este ano, nem que para isso
tenha que sacrificar programas sociais que, até pouco tempo atrás, eram
intocáveis. No que tange a atividade econômica, o CAGED apresentou queda de mais
de 80 mil postos de trabalho em janeiro, muito acima das expectativas. O numero
confirma o que já havia sido mostrado pelos dados do IBGE ao longo da semana,
ou seja, uma forte deterioração do mercado de trabalho no país.
Os ativos
locais reagiram de forma clássica a estes eventos. Forte fechamento da curva de
juros, com claro viés de flattening,
pressão na bolsa, pelo cenário negativo de crescimento e por um ajuste fiscal
recessivo, e forte apreciação do BRL, em um movimento claramente técnico.
A curva
local de juros precifica altas de 50bps+35bps+20bps+15bps nas próximas reuniões
do Copom. A curva voltou ao melhor momento de flattening recente, com o Jan21/Jan17 a -55bps. Acredito que o
cenário base para o Copom seja de altas de 50bps+25bps nas próximas reuniões,
com um período de alguns meses de estabilidade. Vejo o risco sendo na direção
de menos altas de juros, e/ou uma processo de queda de taxas mais rápido do que
o antecipado. Assim, continuo vendo valor na curva local de juros. Entendo que
a direção do USD ainda seja de alta no mundo, mas não podemos descartar movimentos
pontuais adicionais de apreciação da moeda local, refletindo um técnico ruim,
um carrego elevado e um melhor news flow
fiscal. Ainda gosto de adicionar estruturas de opções altistas (USDBRL) porém,
neste momento, com bastante parcimônia.
EUA – A revisão do
PIB do 1Q não trouxe grandes surpresas ao mercado. O Chicago PMI apresentou
forte queda, saindo de 59.4 para 45.8 pontos em fevereiro. Parte da surpresa
negativa é explica pelos problemas nos portos da região oeste do país, mas
ascende uma luz amarela para o crescimento de curto-prazo.
A despeito
dos ruídos no tocante ao crescimento do país, o USD apresentou apenas
acomodação. Ainda gosto da estratégia de acumular posições compradas em USD. A
vol do mercado pode cair nos próximos dias, mas ainda vejo valor nas vols de
JPY nos atuais níveis.
A próxima
semana será de agenda cheia, com Core PCE, ISM Manufacturing, ADP Employment,
ISM Non-Manufacturing, Unit Labor Cost e Payroll nos EUA.
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