Update
Após o
discurso de Yellen no Congresso Americano na terça-feira, que deu flexibilidade
ao Fed para atuar no tocante a seu “foward
guidance” e no processo de normalização monetária, tornando sua atuação
totalmente dependente dos dados econômicos, o Core CPI nos EUA deu a tônica dos mercados nesta quinta-feira. Um número acima
das expectativas do mercado em janeiro, aliado ao Durable Goods Orders mais
positivo, ascenderam novamente a possibilidade de uma alta de juros no meio
deste ano. Assim, a curva de juros nos EUA apresentou movimento não desprezível
de alta de taxas e flattening, o que
ajudou a dar novo ímpeto ao movimento de USD forte, especialmente contras as
moedas de G10. Continuo vendo a tendência de fortalecimento do USD no mundo
como um processo gradual e constante, que pode vir a levar meses ou, até mesmo,
anos. Assim, as correções desta tendência tenderão a ser rápidas e pouco
acentuadas. Com a queda das vols
implícitas ao longo desta semana no mercado de opção, voltou a aparecer
oportunidades interessantes para se alocar risco via compra de calls de USD.
No
Brasil, A taxa de desemprego
apresentou alta de 4.0% para 5.3% em janeiro, acima das expectativas de 5.0%. A
abertura do número mostrou um quadro mais amplo de deterioração, com o numero
de pessoas desocupadas subindo e de empregados caindo. Acredito que este seja
apenas o começo de um processo de deterioração do mercado de trabalho, que pode
se mostrar muito pior do que o imaginado nos próximos meses. No campo fiscal, o
superávit do setor público consolidado apresentou alta de $10.4b em janeiro,
abaixo das expectativas de $12.7b. A despeito da surpresa negativa, remeto a
entrevista de Raul Velloso no Estado: “O desempenho das contas do Governo Central no
mês passado refletiu receita de R$ 125,4 bilhões (alta de 2,8%) e uma despesa
de R$ 92,5 bilhões (expansão de 0,3%). "Isso mostra que a gestão do Levy
vai tentar aproximar as duas taxas, para se igualarem de novo. Com isso, aos
poucos, ele vai recuperando o superávit", avaliou. "O resultado de
janeiro já mostra o que o Levy está fazendo para se chegar a um superávit.
O tom dele vai ser segurar as despesas
e aumentar a receita com novas arrecadações”. Minha visão é de que os desafios são grandes, mas
ainda é cedo para medir o sucesso, ou fracasso, desta nova equipe econômica.
Nos últimos dias, observamos novas evidencias de desaceleração da
economia, com credito mais brando, piora no quadro de emprego e novas mínimas
nos índices de confiança. Continuo vendo valor na parte intermediária da curva
de juros, que deve ser investida em conjunto com posições compradas em USDBRL
via estruturas de opção que visem reduzir o carrego elevado da posição.
Na Europa, temos observado números mais positivos de crescimento,
com a inflação ainda baixa, e um banco central que está apenas dando inicio a
um processo de expansão monetária. Nãp é a toa que o EUR segue sobre pressão,
as bolsas da região fazem máximas históricas e os bonds seguem bem bidados.
Acredito que essas tendências devem perdurar e correções devem ser vistas com
pontuais e oportunidades de alocação a risco.
Na China, as evidencias anedóticas de crescimento no período de
ano novo lunar ainda são pouco animadores, a despeito da melhora do HSBC PMI em
fevereiro. Contudo, o governo vem adotando um tom mais proativo e agressivo na
condução da política monetária e fiscal, com intuito de dar suporte ao
crescimento. Ainda vejo um crescimento estruturalmente mais baixo no país, com
riscos de cauda no mercado imobiliário e de credito, mas sem que seja o cenário
base. O menor crescimento do país deve manter o preço das commodities sobre pressão.
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