"Risk-On"
Com um cenário econômico relativamente estável, sem novidades relevantes e com poucos, ou nenhum, risco de curto-prazo aparente, os ativos de risco estão apresentando um movimento tímido de “risk-on” nos últimos dias, onde as bolsas operam em alta, o USD mostra leve trajetória de queda, as commodities apresentam movimento de alta e os juros globais mostram fechamento de taxas. O pano de fundo continua sendo de crescimento global positivo (em torno de 3%), inflação baixa ao redor do mundo, e liquidez ainda abundante, a despeito do movimento gradual de normalização monetária esperado pelo Fed, nos EUA.
A agenda do dia será carregada, com destaque para o Core CPI, Durable Goods Orders e Jobless Claims nos EUA. No Brasil, teremos o superávit do Governo Central, o IGP-M, o IPC-FIPE a Taxa de Desemprego como destaques.
Brasil – Os ativos locais tiveram ontem uma reação clássica ao rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela Moody´s, com a bolsa em queda, o USDBRL em alta e um movimento de steepenig da curva de juros. A despeito da volatilidade ao longo do dia, os ativos locais mostraram melhora substancial na parte da tarde, com a Moody´s afirmando que o rating atual do país já é condizente com a situação econômica do país, e a agencia ainda precisa esperar as medidas que serão colocadas em prática pela equipe econômica antes de promover qualquer ajuste na nota de crédito soberana. Continuo vendo o BRL como o amortecedor automático do ajuste que precisa ser feito no país. Entendo que uma depreciação rápida e acentuada já tenha ocorrido, e movimentos de acomodação, como estamos vendo no USD ao redor do mundo, pode ocorrer em momento pontuais do tempo. Contudo, ainda vejo uma tendência de longo-prazo de depreciação da moeda local. Por outro lado, continuo vendo valor na parte intermediária da curva de juros, onde o ajuste adicional de taxa de juros não precisará ser tão agressivo frente a um cenário de crescimento pífio, aperto monetário, fiscal e creditício e deterioração do mercado de trabalho. Ontem, a arrecadação de janeiro superou, levemente, as expectativas do mercado, mas manteve-se em patamar baixo comparado com a tendência histórica para o primeiro mês do ano. O baixo crescimento parece ser um dos grandes empecilhos para a recuperação das contas públicas, mas ainda é cedo para medir a capacidade desta nova equipe econômica em promover os ajustes necessários. Além disso, o BCB apresentou os números de crédito também de janeiro, onde pudemos observar uma clara tendência de arrefecimento do crédito no país. Enquanto os bancos privados já vinham trabalhando com uma postura mais austera ao longo do ano passado, os bancos públicos, na margem, começam a ser mais seletivos nas concessões de crédito, o que também irá ajudar o trabalho do BCB na contenção da inflação a médio-prazo. Finalmente, o Índice de Confiança do Consumidor da FGV caiu de 89.8 para 85.4 em feveriro, atingindo o menor patamar da série e confirmando um cenário de perspectivas preocupantes para o crescimento do país nos próximos meses.
Europa – A taxa de desemprego na Alemanha ficou estável em 6.5% em fevereiro, com a saída de 20 mil indivíduos da categoria de desempregados. Na Inglaterra, o PIB do 4Q de 2014 apresentou alta de 0.5%, dentro das expectativas do mercado. NA Itália, os indicadores de confiança dos empresários e dos consumidores, em fevereiro, subiram substancialmente, superando as expectativas do mercado. Na Área do Euro, contudo, os índices de confiança de fevereiro ficaram praticamente estáveis, sem grandes movimentações ou destaques relevantes.
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