Fed em foco

Os ativos de risco estão abrindo a quinta-feira com leve viés negativo. As bolsas na Europa e EUA operam em queda. O Petróleo apresenta forte pressão, caindo 4% neste momento. O USD não apresenta tendência definida, caindo contra alguns pares, mas apresentando alta contra outros. As taxas de juros americanas apresentam fechamento de taxas, o que está ajudando a dar um tom mais positivo para o mercado de juros emergente, assim como para a maioria das moedas emergentes. Os ativos na Grécia se encontram próximos a estabilidade, a despeito das incertezas que ainda pairam sobre as negociações entre o país e seus credores.

A agenda do dia será mais esvaziada, com destaque para o Jobless Claims e Philadelphia Fed nos EUA. No Brasil, a agenda traz IPC-S e a segunda prévia do IGP-M.

Brasil – Em sua turnê pelos EUA, com intuito de esclarecer as medidas que vem sendo adotadas no país, Joaquim Levy vem mantendo um tom austero e coerente sinalizando, inclusive, com a possibilidade de medidas adicionais de ajuste caso necessário. Levy vem ratificando que a meta de 1.2% de superávit primário prometido no início do mandato será cumprida, a despeito dos ruídos políticos e das dificuldades econômicas do país. O Ministro, contudo, já admite a possibilidade de uma recessão econômica ao longo deste ano. O mercado continua sem disposição a dar o beneficio da dúvida a este governo. Mesmo com o Ibovespa apresentando alta rápida e acentuada nos últimos dias, os mercados locais de juros e câmbio continuam sem apresentar sinais de menor pessimismo. A curva de juros ontem apresentou clara tendência de steepening, com a parte curta da curva ainda precificando cerca de 150bps de altas nas próximas reuniões do Copom. Acredito que o cenário externo possa ser um componente que esteja dificultando o bom desempenho dessas classes de ativos. Será interessante observar se, com o recuo das taxas de juros nos EUA desde as Minutas do FOMC ontem à tarde, assim como um movimento de acomodação do USD do mundo, irá ajudar os ativos locais.

EUA – Os números recentes de atividade econômica e inflação (ontem tivemos a divulgação do Housing Starts, Industrial Production e PPI), mostram uma economia em estágio de acomodação, com sinais claros de que a inflação baixa irá prevalecer por um período de tempo ainda mais prolongado do que era imaginado anteriormente. Aliado a isso, as Minutas do FOMC mostraram um Comitê com pouca pressa em dar início a um processo gradua de alta de juros.

Como comentado ontem: “Este ambiente pode ajudar a dar ímpeto ao movimento de acomodação/consolidação do USD ao redor do mundo. Além disso, podemos ter uma pausa no movimento de abertura de taxas de juros nos EUA, o que deveria ser visto como positivo para os ativos emergentes. Caso a leitura do mercado seja nesta direção, os mercados locais (Brasil) de cambio e renda fixa poderiam se favorecer de um ambiente externo onde os juros americanos permanecerão baixos por um tempo ainda mais prolongado do que o imaginado anteriormente. Vale lembrar que a Treasury de 10 anos abriu de 1.63% para 2.15% ao longo deste mês, se mostrando um “vento contrário” forte ao desempenho dos ativos emergentes nas últimas semanas.”

Grécia – A situação do país continua delicada, porém fluída. Os últimos rumores apontam na direção de que o governo grego irá entrar com pedido de extensão do pacote de ajuda financeira por cerca de 6 meses. Assim, o país irá ganhar tempo para voltar a mesa de negociações e buscar um acordo menos agressivo para o país no longo-prazo. Caso confiramdo este cenário, será menos um risco de curto-prazo aos mercados. 

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