Virando a página: Cenário externo continua incerto.
A segunda-feira foi
novamente marcada por forte pressão nos ativos de risco, em um clássico movimento
de “risk-off”. O dia já havia começado com um dólar forte no mundo (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/11/petroleo-em-alta-e-dolar-forte-no-mundo.html)
e acabou se transformando em um movimento clássico de aversão a risco, com
queda das bolsas, alta do dólar e pressão nas commodities.
O movimento hoje
foi liderado pela queda do setor de tecnologia da bolsa dos EUA, com rumores
envolvendo a baixa demanda por produtos da Apple.
Eu vejo alguns
grandes vetores que estão impedindo o bom desempenho dos ativos de risco e
nenhum deles têm sido endereçados no curto-prazo. Enquanto perdurar este
ambiente, acho provável que as recuperações nos ativos de risco serão pontuais
e localizadas, em meio a uma tendência mais negativa. Para citar alguns desses
vetores:
- Enormes dúvidas
em torno do cenário para o crescimento dos lucros das empresas nos EUA após a
temporada recente de resultados. A Apple hoje apenas adiciona incerteza neste quadro.
- Continuidade do
processo de normalização monetária nos EUA. O PPI na sexta-feira confirmou um
ambiente de acumulo de pressões inflacionárias no país.
- Ambiente de
extrema fragilidade da economia da China, sem sinais consistentes de
recuperação.
- Em menor
escala, problemas na Itália e na Inglaterra, envolvendo o Brexit.
De maneira geral,
tenho recomendado posições compradas em JPY via calls e em AUD via puts, além
de algum hedge via calls de Ouro. Ainda gosto de manter uma postura de “vender
os rallies” da bolsa dos EUA.
Como o Brasil não
é uma ilha no meio deste oceano de incertezas, é natural esperar um desempenho
ruim, mesmo que melhor no relativo, com este pano de fundo. Continuo com viés
positivo com relação ao caminho que o país está tomando, mas sabendo que o
desempenho dos ativos financeiros dependerá, em muito, deste cenário
internacional ainda desafiador.
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