EUA: Forte pressão no setor de tecnologia.


Estive o dia todo em reuniões, mas não deixei de acompanhar a dinâmica do mercado. O dia foi marcado por uma forte pressão no setor de tecnologia da bolsa dos EUA. Já comentei um pouco sobre este tema recentemente (aqui https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/11/tera-o-rally-das-bolsas-dos-eua-acabado.html e aqui https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/11/um-novo-dia-uma-nova-angustia.html), onde comentei e gostaria de reforçar:

Após uma temporada de resultados mais mista, começamos a ver sinais mais preocupantes de demanda e margem em alguns setores da bolsa americana, além de notícias mais esporádicas em torno de algumas empresas, como foi o caso de GE, Apple, entre outros, que vão se acumulando. Tendo a acreditar que ainda não seja o momento do “grande sell-off”, mas acredito que a tendência seja mais negativa, até que aqueles vetores que cansei de citar neste fórum sejam endereçados.

De forma resumida, o cenário para as ações nos EUA terá que lidar com uma situação de menor demanda, seja pelo crescimento global ex-EUA ou mesmo por uma desaceleração branda da economia dos EUA, em meio a expectativas irrealistas de demanda a longo-prazo. Além de uma demanda menor, veremos aumento de custos, tanto de insumos como o custo do trabalho, derivado de um mercado de trabalho apertado, no pleno emprego, com o hiato do produto fechado. Isso irá levar a margens menores e, consequentemente, lucros menores. Isso tudo acontecerá em meio a expectativas, talvez, excessivamente otimistas e alocações elevadas nessa classe de ativos por alguns "players" do mercado.

Ainda vejo estes movimentos como sintomas da redução da liquidez global. Enquanto imperar um cenário de normalização monetária, podemos esperar mais movimentos como este (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/11/bem-vindo-ao-mundo-com-menor-liquidez.html). Acredito que apenas uma sinalização clara do dados econômicos e do Fed em relação ao encerramento do ciclo de normalização monetária que poderemos “cantar vitória” e esperar uma estabilização dos ativos de risco como um todo.
O Brasil seguiu o movimento global, a despeito de alguma performance relativa marginal mais positiva. Ainda não vejo fluxos relevantes para o Brasil e para a classe emergente como um todo.
Nos EUA, vimos mais um número do setor imobiliário mais negativo. A despeito de poder estar sinalizando para um efeito colateral da alta de juros, o setor deixou de ter uma participação relevante na economia e nos para os ativos financeiro após a crise de 2008, iniciada no setor.

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