Posição Técnica Mercados Brasileiros (Follow up)


Na semana passada eu fiz uma breve porém importante análise da posição técnica do mercado no Brasil (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/11/posicao-tecnica-mercados-brasileiros.html), pegando os fundos multimercados como “proxy” do mercado como um todo.

Acredito que com a redução da tomada de risco por parte das tesourarias dos bancos e o crescimento exponencial dos fundos multimercados nos últimos 3 anos, é natural supor que está classe representa parte relevante do mercado brasileiro hoje.

O que vimos acontecer nos últimos dias?

- O dólar se estabilizou, com alguma volatilidade, entre 3,70 e 3,80.
- Os juros apresentaram leve movimento de “steepening” da curva, mas ainda em patamares baixos e controlados.
- O Ibovespa reverteu grande parte da alta verificada após a eleição de Jair Bolsonaro e já se encontra quase no nível anterior as vésperas do primeiro turno.

Os fundos locais apresentaram desempenho bastante positivo no final de setembro e ao longo de outubro, com muitos deles recuperando quase todas as perdas ou a “under” performance do ano.

Já neste começo de novembro, vemos um desempenho quase que totalmente negativo por parte da maioria dos fundos. Além da deterioração dos ativos locais, especialmente o mercado de renda variável, o cenário externo, com a bolsa dos EUA mais volátil e o fechamento das taxas de juros nos EUA, também ajudou neste desempenho mais negativo dos fundos locais.

Conclusão, o mercado continua alocado em Brasil. Não vejo melhora na posição técnica. Continuo vendo um movimento de internacionalização dos fundos, mas salvo algumas poucas exceções cujas alocações na parte internacional são relevantes, o mercado continua bastante alocado e focado os ativos locais, com pouca diversificação de risco para os portfólios.

Tendo a concordar com este otimismo em relação a Brasil, mas gosto e manter alguns hedges na carteira para eventuais movimentos na direção oposta. Acho que a curva crta de juros apresenta pouco prêmio de risco assim como as inflações implícitas a parte intermediária da curva, mesmo entendendo e sabendo que a inflação corrente está baixa, a inflação adjacente controlada e as perspectivas de inflação ainda serem positivas (baixas).

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