Brasil: O benefício da dúvida, posição técnica e preços.
Os ativos do Brasil estão apresentando desempenho bastante positivo hoje, seguindo o que já havia sido sinalizado pelos ETFs e ADRs no mercado americano ontem. A formação do novo Banco Central do Brasil (BCB) explica parte deste otimismo, que já comentei mais a fundo aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/11/o-novo-banco-central.html.
A despeito de um cenário internacional ainda desafiador, e volto a este tema em breve, os ativos locais também estão sendo ajudados por uma descompressão negativa dos ativos que dependem da demanda da China e por comentários de Clarida, do Fed, lidas como menos duras (menos "hawkish") e que estão ajudando a promover um movimento de dólar fraco e alta das commodities no mundo.
Na minha visão, nesta frente, acredito que parte, talvez relevante, seja explicada por posição técnica, que parece ter ficado excessivamente comprada em dólar e negativa com China/commodities no curtíssimo-prazo, mesmo que o longo-prazo não tenha mostrado mudanças substancias de cenário.
Sigo com viés mais negativo e cauteloso nesta frente, mas entendendo que o movimento não será uma linha reta, dado que ainda não vejo motivos concretos para um cenário mais acentuado e agressivo no curto-prazo. Os obstáculos estão se acumulando e precisam ser acompanhados no detalhe, por isso tenho insistido em um portfólio externo com viés mais negativo (JPY, Ouro, venda de HYG e JNK, venda de AUD e tomado em juros EUA na parte curta/intermediária da curva).
No Brasil, estamos novamente vendo uma tentativa de balanceamento entre otimismo com as perspectivas de fundamentos locais, uma posição técnica que mostra que apenas os investidores locais estão alocados e alocando em Brasil e preços, em alguns mercados, que exigem alguma análise mais profunda.
Sigo otimista com o cenário local, como comentei no link no inicio deste texto, mas gosto sempre de carregar posições que "compõem" o portfólio e podem funcionar como hedge da carteira. Nesta frente, continuo gostando da Bolsa, recomendei recentemente a parte longa da curva de NTN-B, venda de volatilidade com perda limitada em BRL, combinada com posição tomada em juros na parte curta da curva nominal e inflação implícita na parte intermediária da curva. Essas duas últimas, gosto mais por risco/retorno e por compor portfólio do que por cenário propriamente dito.
Continuo vendo o cenário externo como um "vento contrário" para Brasil, assim como a ausência do fluxo de investidores estrangeiros para o país. Hoje, novamente, os feedbacks é de que apenas os ditos "locais" estão participando do mercado.
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