China: Sinais de estabilização de curto-prazo. Ambiente estrutural segue desafiador.
Os ativos de
risco continuam operando sob pressão, dando seguimento ao movimento dos últimos
dias e confirmando que a recuperação recente não passou de um “relief rally”,
por definição, pouco acentuada, frágil e de curta-duração.
Neste momento,
observamos quedas nas bolsas da Europa, após dinâmica ruim na Ásia. As moedas
operam sem grandes movimentos, com o Petróleo
mantendo trajetória de queda, após os 7% de queda ontem (comentado aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/11/sem-respiro.html).
As commodities metálicas, no geral, apresentam leve tendência de queda. A dinâmica e os sinais dos ativos de
risco continuam sinalizando para um ambiente desafiador e um novo pano de fundo
para os investimentos de curto e longo-prazo.
O destaque da
noite ficou por conta dos números de atividade econômica na China, que basicamente confirmaram
minha visão estrutural, de longo-prazo. Vimos alguma estabilização/recuperação
da produção industrial e do Fixed Asset Invesment (uma proxy para o investimento no país), mas as vendas no varejo e os dados
do setor imobiliário ficaram abaixo das expectativas do mercado.
Minha avaliação é
que as medidas colocadas em prática pelo governo nos últimos meses mostram
sinais de efeito, mas ao contrário do passado, este efeito é muito menos
potente hoje. Isso ocorre basicamente pelo nível elevado de alavancagem da
economia, que demanda um delta de medidas muito maior hoje para gerar o mesmo
nível de crescimento que gerava no passado. Além disso, parte da recuperação da
produção industrial pode ser fruto da antecipação de produção na tentativa de evitar
eventuais tarifas futuras provenientes da “guerra comercial” com os EUA.
De maneira geral, os números de hoje na China retiram
o risco de curto-prazo de uma rodada adicional de desaceleração do crescimento,
mas mantêm o cenário de médio e longo-prazo inalterado, frágil e preocupante.
Na Inglaterra, as negociações internas em torno
de um acordo para o Brexit continuam (https://www.ft.com/content/ee55d6e8-e761-11e8-8a85-04b8afea6ea3).
Segundo a
Bloomberg, Trump irá frear, por ora, a imposição de tarifas aos automóveis, enquanto
as negociações com seus parceiros comerciais estão em andamento (https://www.bloomberg.com/news/articles/2018-11-14/u-s-said-to-hold-off-on-trump-s-car-tariffs-after-trade-meeting?srnd=premium).
No Brasil, não há novidades para o cenário
estrutural. A Folha de SP traz matéria sobre possível “caixa 2” de Onyx
Lorenzoni (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/11/planilha-investigada-por-pgr-indica-mais-um-repasse-via-caixa-dois-para-onyx.shtml).
Acredito que isso seja ruído e terá pouco efeito de curto-prazo sobre o novo
governo.
O destaque da agenda do dia ficará por conta
do Core CPI nos EUA. Este indicador, na minha visão, tem um potencial gigante
de definir a dinâmica de todos os ativos de risco nos próximos dias, quiçá
semanas.
Stay Tuned!
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