Riscos externos (China, França, Trump) vs avanços locais (Reforma da Previdência e Trabalhista).
Na
ausência de novidades relevantes no cenário econômico global, e com a
administração de Trump sem apresentar propostas e/ou um cronograma concreto
para sua política econômica, os ativos de risco parecem estar passando por um
processo de acomodação.
Esta
noite, o destaque ficou por conta de mais uma depreciação do CNY na China. Ontem, as reservas internacionais já haviam apontado para
mais uma rodada de grandes fluxos de saída de recurso do país, em um sinal
evidente de que ainda existe forte pressão para a depreciação da moeda. O
governo e o PBoC vem tentando conter este movimento através de intervenções
cambias, por isso a queda acentuada das reservas. Nas últimas semanas, os policy makers começaram a utilizar
outros instrumentos, como o aperto das condições monetárias, com o intuito de
estabilizar a situação cambial. Acredito que a China tenha que ser acompanhada
no detalhe, pois é um dos principais riscos a estabilidade econômica global no
curto-prazo.
Além da
China, ainda vejo risco de ruídos no curto-prazo provenientes do cenário
político na Europa (França e Itália). Nos EUA, Trump precisa começar a colocar em prática, ou pelo menos
sinalizar um cronograma, em torno de sua política econômica. Caso contrário,
poderemos ter uma rodada de decepção em relação às perspectivas de crescimento
do país.
No Brasil, ontem foi criada a comissão
parlamentar para a Reforma da Previdência. O sinal é positivo, mas existem
algumas informações desencontradas na mídia. O governo acredita que o tramite
do processo será rápido, com uma aprovação antes do segundo semestre. Alguns
parlamentares, contudo, acreditam que as negociações podem demorar mais tempo,
atrasando esta proposta inicial de cronograma. Acredito que o governo irá
brigar para a manutenção da essência do texto. Mudanças devem ocorrer, mas uma
Reforma da Previdência decente deverá ser aprovada.
Neste
meio tempo, outras ações continuam a ser propostas, como a Reforma Trabalhista,
a evolução da regra do “Conteudo Local” e etc.
Ainda
vejo com otimismo as ações do atual governo.
No âmbito
da Operação Lava-Jato, em seu primeiro depoimento a justiçao, Eduardo Cunha, no
que tange ao atual governo, sinalizou que Temer possa estar equivocado em
relação a uma reunião para definição de diretores da Petrobras.
De
acordo com o Correio Braziliense:
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o
ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) afirmou que o presidente
Michel Temer participou, em 2007, de uma reunião com a bancada do PMDB para
discutir as indicações do partido para diretorias da Petrobras. O deputado
cassado contrariou a versão apresentada por Temer em sua manifestação como
testemunha de defesa arrolada pelo próprio Cunha.
“Fui comunicado (sobre a reunião), tanto eu como
Fernando Diniz (ex-presidente do PMDB de Minas, morto em 2009), na época, pelo
próprio Michel Temer e pelo Henrique Alves (ex-deputado e ex-ministro). O
Michel Temer esteve nessa reunião junto com (o ex-ministro) Walfrido dos Mares
Guia”, disse Cunha em resposta a um questionamento de sua própria defesa.
Segundo ele, a reunião foi convocada por causa do “desconforto que existia com
as nomeações do PT de Graça Foster para a Diretoria de Gás José Eduardo Dutra
para a presidência da BR Distribuidora terem sido feitas sem as nomeações do
PMDB terem sido feitas”.De acordo com o deputado cassado, “houve uma revolta da
bancada do PMDB na votação da CPMF” na época. Temer era o presidente nacional
do PMDB na ocasião.
Anteriormente, no depoimento por escrito a Moro, Temer havia declarado que “não houve essa reunião”, citada em denúncia da força-tarefa da Lava-Jato contra Cunha. O ex-deputado disse a Moro que “resposta do presidente Michel Temer nas perguntas está equivocada”. “Ele (Temer) participou, sim, da reunião e foi ele que comunicou a todo nós o que tinha acontecido na reunião, porque não era só o cargo da Petrobras, era outras várias discussões que aconteciam no PMDB.” Cunha declarou ainda que costumava se reunir semanalmente com Temer e outros coordenadores do PMDB para “debater e combinar toda situação política”. “Tudo era reportado, sabíamos de tudo e de todos.”
Anteriormente, no depoimento por escrito a Moro, Temer havia declarado que “não houve essa reunião”, citada em denúncia da força-tarefa da Lava-Jato contra Cunha. O ex-deputado disse a Moro que “resposta do presidente Michel Temer nas perguntas está equivocada”. “Ele (Temer) participou, sim, da reunião e foi ele que comunicou a todo nós o que tinha acontecido na reunião, porque não era só o cargo da Petrobras, era outras várias discussões que aconteciam no PMDB.” Cunha declarou ainda que costumava se reunir semanalmente com Temer e outros coordenadores do PMDB para “debater e combinar toda situação política”. “Tudo era reportado, sabíamos de tudo e de todos.”
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