Consolidação.

O destaque do dia ficou por conta do IPCA de janeiro no Brasil. O número, uma vez mais, reforçou o cenário de forte processo de desinflação no país. Não apenas o número cheio ficou abaixo das expectativas, como também vimos avanços qualitativos extremamente saudáveis. O número de hoje apenas reforça a visão construtiva para o mercado local de juros.

Segundo nossa área econômica: A inflação de serviços dessaz rodou em 4% anualizada na MM3M (e 4,3% no núcleo de serviços), patamar condizente com um IPCA mais próximo de 4%. Na ponta, inclusive a inflação de serviços tem rodado abaixo de 4%. A dispersão dos aumentos em serviços tem ficado abaixo da média. Serviços rodando próximo das mínimas para os respectivos meses. O índice de difusão dessaz tem rodado em patamares condizentes com IPCA ao redor de 4%.

No cenário externo, segue uma dinâmica de consolidação dos ativos de risco, em meio a um acumulo de ruídos de curto-prazo. Incertezas políticas na França e Itália; a dívida da Grécia voltando ao foco; a ausência de medidas econômicas concretas por parte de Trump e sua equipe. Vejo esses vetores como ruídos pontuais, capazes de causar volatilidade de curto-prazo, mas ainda incapazes de alterar o cenário central. Caso Trump altere sua agenda econômica, ou se mostre incapaz de implementa-la, o cenário central que venho trabalhando deverá ser revisto. Neste momento, tendo em vista que tudo aquilo que foi prometido na campanha eleitoral está sendo implementado (à medida que o tempo passa), ainda não vejo motivos de alterar a visão central de investimento.


Contudo, começo a ver sinais um pouco menos construtivos provenientes da China, com uma nova rodada de depreciação cambial, um forte fluxo de saída de recursos, novas medidas de aperto monetário, vendas de Treasuries (em consequência da queda das reservas internacionais) e, finalmente, leves sinais de desaceleração da economia. Por ora, estes eventos parecem pequenos, e não deveriam alterar o ambiente de relativa estabilidade para a economia do país. Contudo, caso venhamos a observar a aceleração de algum (ou alguns) desses processos, poderemos ter a evolução de riscos mais substanciais ao cenário econômico global.

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