Reforma da Previdência, Crescimento, Lucros Corporativos, PMI na China e Brexit.


Os ativos de risco ainda estão digerindo as sinalizações do Fed e, no geral, operando em tom positivo. Escrevi de maneira mais profunda sobre o tema na noite de ontem, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/01/fed-put-interregno-benigno-e-dolar-fraco.html.

No Brasil, os rumores dão conta de que os Militares estarão incluídos na proposta da Reforma da Previdência, o que seria um excelente ponto de partida para ajudar na comunicação e no convencimento da sociedade, pois coloca todos no mesmo patamar.

No campo econômico, o mercado começou a olhar com mais calma a possibilidade de uma surpresa negativa (mais uma) no crescimento deste ano. Nossa área econômica já vinha nos alertado sobre esse risco, com uma previsão de PIB próxima a 2% e com viés (risco) de baixa. Agora o mercado passa a debater de maneira mais concreta essa possibilidade.

De maneira geral, vejo sim este risco. Para o que tange os investimentos, este tipo de vetor pode dar combustível as apostas de novas quedas de juros (cenário que para mim é alternativo e não cenário base). Se as revisões não forem tão agressivas, por exemplo, PIB mais perto de 1,5% do que de 2%, não vejo isso como um risco para o bom desempenho dos ativos locais (bolsa e câmbio). De qualquer maneira, é um vetor que precisa ser monitorado.

Continuo bastante otimista com o país e a direção que estamos tomando. Os ativos locais deveriam se mover nesta direção. Entendo que o processo não será linear e poderemos ter ruídos ao longo do caminho, mas isso não demanda uma mudança de postura, apenas a administração dos ativos, dos instrumentos de investimentos, de seus tamanhos e eventuais hedges. Também escrevi sobre isso no link acima.

Na esfera internacional, além da decisão do Fed, tivemos na noite de ontem alguns resultados corporativos, como foi o caso do Facebook, que surpreendeu positivamente as expectativas e acabou levando a uma forte alta no preço das ações da empresa.

Na China, o NBS Manufacturing PMI subiu 0,1 pontos, para 49,5 pontos em janeiro. A despeito da estabilização, o indicador continua em patamar deprimido e apontando para uma contração da economia.

Continuo bastante preocupado com o cenário para a China e a Europa, o que me mantém com postura mais cautelosa com relação ao cenário externo. Contudo, entendo que estamos em um momento de estabilização do humor global a risco, impulsionado e sustentado pela mudança brusca da postura do Fed e pelos estímulos anunciados pela China.

Na Inglaterra, o Brexit segue incerto. Não tenho comentado diariamente a situação pela ausência de uma visibilidade clara de quais serão os próximos passos neste tema. O Parlamento aprovou uma moção que dá a Theresa May o poder de renegociar os termos do Brexit, mas a União Europeia vem alertando que não existe espaço para novos termos ou negociações.



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