Mercados Globais - Recuperação externa, Reformas no Brasil e debate com gestores locais.

Os ativos de risco estão apresentando recuperação nesta manhã. A China anunciou que irá receber uma delegação dos EUA para dar continuidade as tratativas em torno de um acordo comercial entre os dois países. Este é um dos vetores que vinha pressionado o humor global a risco e, possivelmente, o crescimento chinês ao longo de 2018. Contudo, não era o único vetor negativo. Sua potencial resolução é positiva no curto-prazo, mas precisará ser provada ao longo do tempo como um vetor de sustentação ao crescimento após solucionada.

Nos EUA, o congresso aprovou o fim do “shutdown". O efeito sobre a economia deve ser pequeno e temporário. Os mercados vinham ignorando, quase que integralmente, este evento. Não deveriam reagir a ele de maneira sustentável.

No Brasil, o foco ficou por conta da entrevista de Bolsonaro ao SBT, onde o novo presidente discorreu sobre a Reforma da Previdência. 

Ainda acho cedo para avaliar os pontos que foram sinalizados, até porque muitas vezes o que é dito pelo o presidente (antes candidato) não está totalmente alinhado com a equipe econômica. 

De maneira geral e superficial, a reforma que está sendo proposta pega muito do que já foi apresentado e, em parte, aprovado pelo governo Temer, mas com alguns detalhes um pouco menos rígidos, como a questão da idade mínima, que gerou bastante controvérsia na mídia e nos grupos de WhatsApp ao longo da noite.

Não acho que o mercado irá agir negativamente a este discurso. Ainda acredito que a "lua de mel” tenha espaço para continuar por algum tempo, com o cenário externo se colocando como grande obstáculo ao bom desempenho local. Ao longo do segundo trimestre do ano, todavia, o governo precisará entregar resultados concretos nessa frente, pois a situação cíclica positiva do país não será suficiente para sustentar os preços que eventualmente os ativos locais atingirão.

Para finalizar, meu comentário da noite de ontem gerou um saudável e produtivo debate com uma série de gestores após enviado. Os feedbacks que recebi foram na linha de que ainda há espaço para um bom desempenho dos ativos locais, que os valuations ainda sao atrativos e a posição técnica ainda não é uma questão a se preocupar no curto-prazo. As estatais, bancos e afins teriam amplo espaço para um bom desempenho.

Só para ficar claro, minha visão também é essa, otimista com a direção do Brasil e seus ativos. Só estou começando a olhar "lá na frente” se, em algum momento, essas questões se colocaram como um obstáculo para o bom desempenho dos ativos locais e se alguma postura diferenciada será necessária, seja via hedge, seja via mudaná de instrumentos (opção com perda limitada, busca por gestores mais focados em "valor” do que “momento", e etc, por exemplo).

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