Mudança de narrativa!?
Talvez estejamos
diante de uma mudança de narrativa por parte dos mercados que podem ser apenas
de curto-prazo, tática, ou de prazo mais longo estruturais.
Iniciamos o dia
com o anuncio da queda do compulsório por parte da China, já comentada neste
fórum aqui (https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/01/china-europa-e-sinais-tecnicos.html).
Mais tarde vimos
os dados de emprego nos EUA apresentarem um resultado bastante positivo em
dezembro, com robusta criação de vagas de trabalho no mês e alta expressiva dos
rendimentos médios reais. A taxa de desemprego apresentou alta, mas por motivos
positivos. Em linhas gerais, foi um número que mostrou uma economia ainda
saudável e que não força, pelo menos no atual ambiente global, uma postura mais
agressiva por parte do Fed.
Pelo contrário,
Powell adotou um tom muito mais ameno em seu discurso de hoje. Na minha visão,
a parte mais importante do discurso ficou por conta da sinalização de que ele
pode mudar seu “plano de voo” na redução do balanço, caso os sinais de mercado
levem a um aperto adicional das condições financeiras. Powell afirmou que
entende que o mercado esteja dando um sinal e que o Fed irá analisar e
respeitar a interpretação do cenário que vem sendo apresentada pelo “mercado”.
Um tom muito mais ameno do que em discursos anteriores.
Eu venho batendo
na tecla que dois vetores vinham se colocando como uma restrição ao bom
desempenho dos ativos de risco ao longo de 2018. Primeiro, o aperto global de
liquidez liderado pelo Fed. Segundo, a desaceleração global liderada pela China
e seguida de perto pela Europa.
Nenhuns desses
dois vetores mudaram de maneira concreta ou estrutural, mas há sinais que podem
ter um alivio, no mínimo, temporário. Assim, depois da forte pressão nos ativos
de risco no ultimo trimestre de 2018, com valuations
mais atrativos e uma posição técnica mais saudável, é natural esperar alguma
recuperação dos ativos de risco.
Se essa
recuperação será apenas pontual, tática, ou se mostrará mais estrutural,
permanente, ainda está em aberto.
Sem mudanças
relevantes no cenário local, devemos seguir na “lua de mel” do mercado com os
ativos brasileiros.
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