Cenário EUA e problemas para Bolsonaro.
A sexta-feira
trouxe de volta à tona uma dinâmica de fortalecimento dos ativos dos EUA, após
uma sequência de dados econômicos mais positivos no país. Meu cenário base
continua a ser de um crescimento norte americano mais moderado este ano, na
ordem 2%, mas ainda não um ambiente de
recessão como se chegou a aventar no final de 2018. O risco ao cenário base reside
na desaceleração global e em uma eventual deterioração mais acentuada dos ativos
de risco que leve a um aperto mais expressivo das condições financeiras. Por
ora, os dados econômicos confirmam o cenário base e as condições financeiras
mostram alívio este início de ano.
No
Brasil, na ausência de novidades no cenário, os ativos locais continuam se
favorecendo de um curto-prazo mais positivo para ativo de risco, com o Fed
sinalizando uma pausa no processo de normalização monetária, a China injetando
estímulos no país e, localmente, uma econômica ciclicamente saudável e com
sinais positivos do novo governo na agenda econômica.
A mídia
trouxe à tona ontem uma investigação do COAF sobre um dos filhos de Bolsonaro.
Ele teria recebido valores da ordem de R$96 mil reais em 2017 em um curto espaço
de tempo. Por ora, estas notícias estão sendo vistas como ruídos de curto-prazo.
Contudo, podem se tornar um problema para a articulação política quando se
iniciar o processo de negociação para as reformas econômicas. Se essa história
ainda não atrapalha o governo e a visão do mercado, tampouco ajuda. Pode se
tornar um empecilho se não for endereçada da maneira correta.
Nos
EUA, o “shutdown” se prolonga e começa a afetar o crescimento no curto-prazo. Estimativas
dos “sell-sides” apontam para um impacto entre 0,2% e 0,3% do PIB. Caso se
prolongue, pode se afetar mais do que 0,5% do PIB, em um primeiro trimestre reconhecidamente
afetado por fatores sazonais.
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