China, Brexit e realização de lucros no Brasil

Na China, vimos novos sinais de que o governo pretende adotar uma postura mais proativa (e talvez agressiva) na administração da desaceleração da economia. Se, por um lado, está mudança de postura deve ser vista como positiva pelos mercados, pelo menos no curto-prazo, pelas expectativas de sucesso em evitar uma desaceleração adicional da economia, por outro lado, mostra uma preocupação crescente do “policy maker” com o estado da economia. Podemos estar em um ponto de inflexão importante do cenário para a China, em que medidas “convencionais” do passado não sejam suficientes para estabilizar o crescimento. Ainda não tenho uma conclusão se estamos de fato em um novo e mais negativo cenário, ou se serão capazes de estabilizar o crescimento. Contudo, sigo bastante preocupado com a dinâmica da economia chinesa.

Os dados de crédito de dezembro mostraram recuperação marginal do mercado de crédito, mostrando o enorme desafio do governo em evitar uma alavancagem adicional da economia ao mesmo tempo em que busca evitar um cenário de crescimento muito mais fraco.

Na Inglaterra, como erra de certa forma esperado, o acordo do Brexit foi derrotado no Parlamente inglês. Ainda teremos um longo caminho nesta frente.

A temporada de resultados corporativos nos EUA entra em estágio importante. O mercado, até o momento, está reagindo de maneira saudável e positiva aos lucros até aqui divulgados. Destaque hoje para o resultado do Citibank e para a boa performance da ação.

Os dados econômicos na Europa seguem mostrando uma desaceleração preocupante da região.

No Brasil, dia de poucas novidades, mas de realização de lucros nos ativos locais. Vejo o movimento de hoje como natural e saudável no processo de apreciação dos ativos. Reforço que já houve uma piora no quadro técnico e nos valuations, que podem afetar a velocidade de apreciação ou gerar movimentos pontuais de correção. Ainda não vejo motivos para alterar a visão positivo estrutural, mas mantenho o alerta em termos de técnico e valuations.

Nos mercados globais, destaque para o movimento de dólar forte no mundo. Me parece que o EUR lidera este movimento, puxado por um cenário extremamente desafiador para o crescimento da região.