China volta a afetar o humor negativamente.
Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom negativo, após a
divulgação dos dados de exportação e importação de dezembro, na China,
apresentarem forte contração. As exportações caíram de 3,9% YoY para -4,4% YoY
contra expectativas de 2% YoY. As importações passaram de 2,9% YoY para -7,6%
YoY versus expectativas de 4,5% YoY.
Os números de hoje podem estar sendo afetados por questões pontuais e
sazonais, assim como questões estruturais, como a imposição de tarifas impostas
pelos EUA. Contudo, a velocidade da queda e o patamar de contração me sugere
que algo além de questões pontuais esteja de fato ocorrendo.
Os números parecem sinalizar para uma fragilidade crescente não apenas
da economia da China, mas como também da economia global. Dado o patamar de
abertura da economia chinesa, as contrações apresentadas hoje apontam para uma
desaceleração adicional do crescimento global no final de 2018, indicação que
já havia sido dada, também, por diversos indicadores da Europa, em especial da
Alemanha, nas duas últimas semanas.
Neste contexto, o fantasma de uma possível recessão da economia mundial
deve voltar a assombrar os mercados, tirando um pouco de ímpeto da recuperação
de curto-prazo (que tenho chamado de recuperação tática) e trazer de volta um
cenário estrutural ainda bastante desafiador. O momento me parece ser de buscar
posições relativas e intensificar a busca por hedges. Comentei mais a fundo
sobre esses temas na tarde de ontem.
No Brasil, não há novidades relevantes além da continuidade dos rumores
em torno das reformas econômicas. Os ativos locais devem ser afetados pelo
humor externo, especialmente na bolsa e nos setores mais dependentes da demanda
chinesa, como o setor de commodities.
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