Sem claridade...
Os mesmos vetores que estavam afetando o humor global a risco durante a
manhã, e já foram comentados aqui mais cedo (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/tech-trouble-china-tariffs-and-nafta.html), acabaram levando a uma forte queda dos índices de bolsa nos EUA neste
segunda-feira.
A despeito de questões pontuais específicas no setor de tecnologia, que
já venho comentado há algumas semanas, a queda espalhada entre os diversos
setores da bolsa dos EUA acabou surgindo como um destaque negativo ao longo
desta última rodada de queda de preços.
Tecnicamente falando, o S&500 está testando a média móvel de 200
dias, que costuma funcionar como um grande suporte de curto-prazo. Caso o
“rompimento” para baixo seja confirmado, para aqueles que costumam acompanhar
gráficos, será um sinal mais negativo, que indicará a possibilidade de mais
perdas no curto-prazo. Vale ressaltar que minha análise é fundamentalista.
Porém, no curto-prazo, dado a importância de alguns indicadores
técnicos/gráficos, entendo que o mercado acabe reagindo a este tipo de sinal.
Não acredito que, no longo-prazo, este tipo de análise leve a qualquer tipo de
conclusão, senão acompanhada de indicadores fundamentalistas claros.
Assim, ao meu ver, o grande destaque
do dia ficou por conta da forte alta do ISM Prices Paid, que subiu de 74,2 para
78,1 pontos em março, com fortes evidências anedóticas de acumulo de preços
inflacionárias na economia norte americana. Este cenário está totalmente em linha
com os riscos que venho apontando neste fórum desde o final do ano passado, em
um pano de fundo de pleno emprego e hiato do produto fechado. Na minha visão,
este vetor é o que pode ter um impacto mais permanente no cenário econômico e
na dinâmica dos mercados financeiros globais. Assim, o Average Hourly Earnings
a ser divulgado na sexta-feira, nos EUA, em conjunto com os dados oficiais de
emprego de março, ganham atenção e importância redobrados.
No Brasil, os ativos locais estão basicamente seguindo o humor global a
risco, enquanto a mídia continua focada nas eleições presidências e no
julgamento do Habeas Corpus de Lula no STF. Diante do cenário exposto acima,
estes eventos, na minha visão, ganham relevância secundário.
Continuo favorecendo um portfólio mais neutro, com posições relativas,
temas específicos de investimentos e postura mais tática do que estratégica.
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