Inflação nos EUA, Conflito na Síria e Política no Brasil.
Os ativos de risco estão devolvendo
parte da recuperação verificada ontem, mas na ausência de novidades relevantes.
Na agenda do dia, destaque para o Core CPI nos EUA e para as Minutas do FOMC.
Insisto que vejo a inflação nos EUA como o principal risco ao cenário econômico
global nos próximos meses.
Para não soar repetitivo, minha visão
pode ser vista aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/risk-on-china-adota-tom-conciliador.html
e aqui https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/inflacao-em-foco-no-brasil-e-nos-eua.html.
Saindo do âmbito econômico, um
potencial ataque militar dos EUA, em conjunto com seus aliados (França e
Inglaterra, em especial) ao Governo de Assad, na Síria, está trazendo alguma
incerteza adicional aos mercados, em especial aos ativos da Rússia e da
Turquia. Acredito que este problema deveria permanecer isolado. Contudo, assim
como no casa da “guerra comercial” com a China, um ataque dos EUA eleva a
chance de um erro de política externa, em especial, a relação com a Rússia.
Na China, a inflação ficou abaixo das
expectativas, influenciada por vetores pontuais e ainda impactada pelo efeito
base do Ano Novo Lunar. A inflação no país não é um problema no curto-prazo.
Mais importantes serão os dados de crescimento de março que darão uma medida
mais concreta do estado da economia.
No Brasil, a mídia está reportando
que o Ministro do STF Marco Aurélio decidiu não analisar a questão da prisão em
segunda instância neste momento, o que poderia beneficiar Lula. A mídia está
reportando também que o inquérito envolvendo Alckmin pode caminhar de maneira
mais rápida com o ex-governador e São Paulo sem foro privilegiado. O cenário
eleitoral continua bastante incerto neste estágio do processo, o que não é
visto com bons olhos pelo mercado.
Neste ambiente, é natural convivermos
com mais volatilidade e incerteza. No curto-prazo, ainda não vejo nenhuma das
incertezas se dissipando por completo, o que deverá manter o pano de fundo de
mais volatilidade, menos tendência e temas de investimentos mais frágeis ou
menos caracterizados.
Continuo trabalhando com um cenário
ainda desafiador para os ativos de risco de maneira geral, buscando poucos
temas de investimentos e posições relativas. Neste momento, estamos com baixa
alocação a risco e em temas bastante específicos:
- No Brasil, juros longos por mais
tempo e recuperação cíclica da economia, através de posição comprada em NTN-B
na parte longa da curva. Taticamente zeramos nossa posição em renda variável
Brasil no meio da semana passada.
- Nos EUA, juros mais altos
estruturalmente, através de posições tomadas em Treasury na parte intermediária
da curva, via compra de puts.
- Como hedge, temos uma posição
comprada em JPY e vendida em AUD através de compra de puts de AUDJPY.
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