Inflação nos EUA, Conflito na Síria e Política no Brasil.


Os ativos de risco estão devolvendo parte da recuperação verificada ontem, mas na ausência de novidades relevantes. Na agenda do dia, destaque para o Core CPI nos EUA e para as Minutas do FOMC. Insisto que vejo a inflação nos EUA como o principal risco ao cenário econômico global nos próximos meses.


Saindo do âmbito econômico, um potencial ataque militar dos EUA, em conjunto com seus aliados (França e Inglaterra, em especial) ao Governo de Assad, na Síria, está trazendo alguma incerteza adicional aos mercados, em especial aos ativos da Rússia e da Turquia. Acredito que este problema deveria permanecer isolado. Contudo, assim como no casa da “guerra comercial” com a China, um ataque dos EUA eleva a chance de um erro de política externa, em especial, a relação com a Rússia.

Na China, a inflação ficou abaixo das expectativas, influenciada por vetores pontuais e ainda impactada pelo efeito base do Ano Novo Lunar. A inflação no país não é um problema no curto-prazo. Mais importantes serão os dados de crescimento de março que darão uma medida mais concreta do estado da economia.

No Brasil, a mídia está reportando que o Ministro do STF Marco Aurélio decidiu não analisar a questão da prisão em segunda instância neste momento, o que poderia beneficiar Lula. A mídia está reportando também que o inquérito envolvendo Alckmin pode caminhar de maneira mais rápida com o ex-governador e São Paulo sem foro privilegiado. O cenário eleitoral continua bastante incerto neste estágio do processo, o que não é visto com bons olhos pelo mercado.

Neste ambiente, é natural convivermos com mais volatilidade e incerteza. No curto-prazo, ainda não vejo nenhuma das incertezas se dissipando por completo, o que deverá manter o pano de fundo de mais volatilidade, menos tendência e temas de investimentos mais frágeis ou menos caracterizados.
                                              
Continuo trabalhando com um cenário ainda desafiador para os ativos de risco de maneira geral, buscando poucos temas de investimentos e posições relativas. Neste momento, estamos com baixa alocação a risco e em temas bastante específicos:

- No Brasil, juros longos por mais tempo e recuperação cíclica da economia, através de posição comprada em NTN-B na parte longa da curva. Taticamente zeramos nossa posição em renda variável Brasil no meio da semana passada.
- Nos EUA, juros mais altos estruturalmente, através de posições tomadas em Treasury na parte intermediária da curva, via compra de puts.
- Como hedge, temos uma posição comprada em JPY e vendida em AUD através de compra de puts de AUDJPY.

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