EUA: Juros de 10 anos próximos aos picos recentes.
Hoje cedo comentei um pouco a respeito da dinâmica dos mercados locais,
que seguem válidas após o dia de hoje (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/brasil-politica-em-foco.html). O melhor desempenho do Ibovespa vis-à-vis o mercado de juros e
câmbio, e em relação as demais bolsas globais pode ser explicada por uma
posição técnica menos “congestionada” que as demais classes de ativos locais.
De resto, o cenário econômico segue inalterado, o que deve ancorar a
curva de juros, mas manter o mercado de câmbio e renda variável muito a mercê
da situação externa e do quadro político local.
No cenário externo, o destaque ficou por conta de mais um dia de
abertura de taxa de juros nos EUA, com a Treasury de 10yrs testando o patamar
de 2,92%, muito próximo ao pico deste ciclo, de 2,96%. Este movimento acabou
favorecendo uma alta global do dólar e alguma pressão sobre as commodities e
mercados emergentes em geral.
O Jobless Claims ficou praticamente estável em 232k. Contudo, se
expurgarmos os efeitos localizados de uma alta em Nova York, o número atingiria
um novo piso para este ciclo econômico e o patamar mais baixo em décadas. O
Philly Fed passou de 22,3 para 23,2 pontos em abril.
A despeito de alguns indicadores de atividade econômica mais fracos, a
economia dos EUA mostra um crescimento relativamente estável, em torno de 2,5%.
O mercado de trabalho segue robusto e bastante apertado, como o Beige Book compilado
pelo Fed e divulgado na tarde de ontem mostrou. Além disso, há sinais cada vez
mais evidentes de acumulo de pressões inflacionárias.
A China merece atenção, pois há sinais de uma desaceleração talvez um
pouco mais acentuada do que o imaginado anteriormente, o que pode ter efeitos
relevantes sobre algumas classes de ativos.
Por ora, o cenário continua nebuloso, com alguns argumentos favoráveis a
um ambiente ainda construtivo, mas com alguns vetores que se colocam como
“ventos contrários” a este cenário, apontando para um ambiente mais desafiador
a frente. Enquanto não tivermos clareza na direção deste pano de fundo
econômico, devemos observar os ativos de risco em “ranges” relativamente curtos
e sem tendências definidas.
Seguimos alocados na parte longa da
curva de NTNB no Brasil, tomados em juros nos EUA e com estruturas de venda de
AUDJPY como hedge do portfólio. Estamos aproveitando os últimos dias para
administrar os tamanhos e os instrumentos dessas posições.
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