Pesquisa eleitoral no Brasil e Juros nos EUA.

Alguns breves comentários sobre alguns eventos recentes:

Brasil – Uma nova pesquisa eleitoral foi divulgada essa manhã. O quadro para a corrida presidencial segue o mesmo das últimas pesquisas. Bolsonaro e Joaquim Barbosa se mostram bastante competitivos seguidos, com menos ímpeto, por Marina, Alckmin, Ciro Gomes e um potencial candidato apoiado pelo PT/Lula. De maneira geral, não há mudanças relevantes no quadro eleitoral. A situação parece bastante aberta e sem definição. Ao longo da semana, vimos Bolsonaro, Marina e Barbosa sinalizarem para políticas econômicas mais ao centro, liberais e reformistas, o que ajudou a dar algum conforto aos investidores e algum suporte aos ativos locais vis-à-vis os seus pares externos.

Geopolítica – Os jornais de hoje estão dando atenção à sinalização da Coreia do Norte de que existe disposição em encerrar os testes balísticos e desativar suas estruturas militares referentes a estes testes. Este é o primeiro avanço concreto nas negociações entre a Coreia do Norte e os EUA. Os eventos recentes reduzem, substancialmente, o risco de maiores problemas na região. O mercado já vinha mostrando otimismo nesta frente. Algum redução adicional de prêmio de risco nesta frente pode ocorrer nos próximos dias.

Mercados – Ao longo da sexta-feira os ativos de risco basicamente seguiram a dinâmica que apresentei aqui ontem pela manhã (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/juros-nos-eua-em-foco.html), com  mercado de juros nos EUA ditando a direção dos mercados financeiros globais. A Treasury de 10 anos testou novamente os picos deste ciclo econômico, acima de 2,95%.

Acredito que estamos em um processo estrutural e prolongado de abertura de taxas de juros nos EUA e em vários países desenvolvidos. Contudo, este processo e caracterizado pelo o que é conhecido como “stop-and-go”. Rodadas de abertura de taxas de juros, geralmente entre 20bps e 50bps, são seguidas de movimentos de acomodação. Geralmente, enquanto estamos no meio dessas rodadas, a direção e a velocidade de abertura das taxas acabam afetando o humor global a risco. Quando o mercado se acomoda, vemos um alívio nos mercados financeiros globais e alguma nova alocação a risco.

Por este motivo que ainda vejo os ativos de risco operando em alguns “ranges” relativamente estreitos, sem muitas tendências. Assim, venho trabalhando com poucos temas de investimentos, sendo que o principal deles é a alta estrutural de juros nos EUA e no mundo desenvolvido. Ao que tudo indica, estamos no meio de mais uma rodada de alta de taxas de juros. Resta saber a magnitude desta “pernada” e qual será sua velocidade e seu patamar de acomodação. O nível psicológico de 3% nas Treasuries de 10 anos será atentamente observado para eventuais rompimentos ou acomodações. 

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