Bolsas e dólar em alta. Volatilidade continua elevada.
Os ativos de risco estão abrindo a
semana com forte alta das bolsas e leve abertura de taxa de juros no mundo
desenvolvido. O dólar apresenta alta global, após a China sinalizar que poderia
utilizar uma depreciação cambial como instrumento contra as tarifas impostas
pelos EUA.
No sábado fiz um comentário mais
profundo sobre os eventos da semana passada, que podem ser vistos aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/incertezas-persistem.html.
Agenda – A próxima semana terá como destaque
o IPCA de março e as vendas no varejo no Brasil. Assim como os desdobramentos
do quadro eleitoral. Nos EUA, destaque para o Core CPI e para as Minutas do
FOMC. A temporada de resultados corporativos se iniciará, com expectativas já
elevadas devido ao efeito da Reforma Tributária. Na China, os dados de
atividade econômica de março ganham atenção especial após o Ano Novo Lunar. Na
Europa, será importante medirmos o real estado da economia, depois de uma
sequencia de dados mais fracos.
De maneira geral, continuo vendo a
inflação nos EUA como o maior risco ao cenário base ao longo dos próximos meses.
Nesta frente, o artigo de hoje de Gavyn Davies no FT traz uma boa análise sobre
o tema. Infelizmente, só está disponível para assinantes: https://www.ft.com/content/1c09ca70-38b4-11e8-8b98-2f31af407cc8.
EUA – Trump adotou um discurso
marginalmente mais conciliador em relação a China no final de semana, mostrando
certo otimismo com um avanço amigável das negociações. De maneira geral, uma
guerra comercial parece um cenário de risco, e os passos do NAFTA podem ser
vistos como parâmetro da postura que a administração Trump irá adotar em suas
negociações. De fato, contudo, esta “nova ordem mundial” eleva as chances de um
erro de política externa, o que demanda mais volatilidade e prêmios de risco
mais elevados.
Síria – A mídia internacional está reportando
que o país teria usado armamento químico contra sua população. Os EUA reagiram
com retórica dura, sinalizando para uma postura mais bélica em relação ao
governo de Assad. A Rússia, por sua vezx, defendeu a sua posição (pró Assad) e
afirmou que uma resposta mais dura por parte dos EUA será respondida da mesma
forma pela Rússia.
De maneira geral, mais um ruído
pontual e localizado em um ambiente já fagilizado para os ativos de risco.
Brasil – O ex-presidente Lula se entregou e
está sob a custódia da polícia federal. Passado o “furor” da mídia, para os
investidores, o evento só importa pelo eventual impacto que terá no quadro
eleitoral de agora até outubro. Com a incerteza da situação, e um quadro
eleitoral ainda “em aberto” é natural que os mercados locais demandem mais
prêmios de risco, especialmente em um momento de incerteza externa e a despeito
de um quadro econômico cíclico ainda bastante positivo.
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