Inflação em foco no Brasil e nos EUA.



Brasil/Inflação – O IPCA de março ficou levemente abaixo das expectativas, com alta de 0,09% MoM e 2,68% YoY. A inflação no país continua baixa e seu qualitativo positivo. Este quadro pressupõe juros mais baixos por mais tempo.

A despeito deste cenário econômico, tenho o receio, e precisa ficar claro que é apenas um risco, com probabilidade ainda bastante baixa, da continuidade da alta do Dólar em relação ao Real levar o mercado a repensar uma eventual queda adicional da Taxa Selic em 25bps. A probabilidade de queda de 25bps na próxima reunião do Copom estava em torno de 85% tendo recuado para cerca de 75% nos últimos dias. Como a posição técnica do mercado de juros curtos não me parece saudável, vejo este risco, mas ainda com probabilidade bastante reduzida, mas que precisa ser observado.

EUA/Inflação – O PPI, assim como os seus núcleos, apresentou alta superior as expectativas do mercado em março. Os números de hoje apontam para uma inflação mais elevada do Core CPI nos próximos meses. Por ora, o cenário base continua a ser de uma alta gradual da inflação, com o Fed mantendo sua postura de 3 a 4 altas de 25bps nas taxas de juros por ano e a redução de seu balanço em “piloto automático”. Ainda não há sinais de uma elevação mais acelerada e preocupante na inflação, mas os últimos meses já mostram um quadro de maior rigidez dos preços, além de evidências anedóticas na mesma direção (ISM Prices Paid, beige Book e etc).

Contudo, reforço o que venho escrevendo aqui. Vejo uma probabilidade maior do que o mercado de uma alta mais rápida e acentuada da inflação nos EUA nos próximos meses. Acho que o mercado está excessivamente leniente com esta possibilidade neste estágio do ciclo econômico.

Guerra Comercial – Este tema continua sendo mais um risco do que um cenário base. É inegável que a probabilidade de ocorrência de um erro de política externa se elevou nas últimas duas semanas, mas continua baixa. A postura de Trump com relação a China em muito se assemelha aquela adotada nas negociações do NAFTA, que migram para uma solução amigável e negociada.

Os últimos comentários de ambas as partes, China e EUA, apontam na direção do diálogo e da conciliação.

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