Ministro da Fazenda

Após uma noite de agenda esvaziada, os ativos de risco operam sem grandes movimentações. Chama a atenção a continuidade do movimento de queda no preço do Petróleo, assim como a pressão nas moedas de países exportadores de commodities, em especial, o AUD e o NZD. A agenda do dia será agitada, com IPCA-15 no Brasil e Minuta do FOMC nos EUA.

Brasil – O Globo de hoje coloca Tombini como mais próximo do ministério da fazenda. Awazu seria seu substituto natural. O Valor repete o artigo de ontem, em que afirma que o nome de Trabuco, do Bradesco, ainda seria uma opção na mesa de Dilma. Em discurso ontem, Carlos Hamilton foi bastante duro e enfático em relação as intenções do BCB no tocante a política monetária, ou seja, o BCB ainda precisa estar “especialmente vigilante” no tocante a inflação, e não irá se furtar em “recalibrar” o tamanho do ajuste na taxa de juros caso do cenário prospectivo demande uma atuação mais agressiva por parte da autoridade monetária. A curva curta de juros já precifica basicamente uma alta de 45bps e outra de 40bps nas duas próximas reuniões do BCB.

EUA – As Minutas do FOMC que serão divulgadas hoje talvez sejam o evento mais importante da semana. Espero ver um comitê ainda bastante dividido, mas que migra, gradualmente, para um consenso em torno da necessidade de continuar o processo de normalização monetária. A melhora no mercado de trabalho é inegável. Será importante observarmos a postura do comitê em relação ao arrefecimento do crescimento global e a queda nas expectativas de inflação. Acredito que o mercado já espere “pitadas” dovish devido a estes vetores. Eu, particularmente, não vejo como as Minutas serem excessivamente dovish após o FOMC ter encerrado o QE e divulgado um comunicado extremamente hawkish, tendo focado na melhora do emprego, deixando de lado citações mais explícitas em relação a queda nas expectativas de inflação e no arrefecimento do crescimento global.

Europa -  A Grécia volta ao radar com a dificuldade do país em chegar a um acordo para um novo pacote de ajuda financeira: Greece’s government and its international creditors are in deadlock over a final round of measures required to release the last tranche of the country’s bailout, according to Bloomberg reports. Prime Minister Antonis Samaras’s government is resisting pressure from the so-called troika of creditors for additional budget savings in 2015 of as much as €2.5bn ($3.1bn). The impasse risks leaving Greece without a backstop on 1 January after the program ends (From CS)”.


China – Após mais uma rodada de dados econômicos negativos, o mercado continua na expectativa de que o governo anuncie novas medidas de estímulo ao crescimento. A forte pressão recente nas commodities me parece uma reação clássica de ajuste do mercado a um cenário de menor crescimento estrutural do país. Medidas pontuais e localizadas de suporte ao crescimento podem ser anunciadas a qualquer momento, mas acho difícil que um pacote de estímulos, amplo e agressivo, esteja na agenda do policy maker chinês.

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