Consolidação
A noite foi de relativa tranquilidade e sem
novidades relevantes. Os ativos de risco ainda aparentam passar por um período
de consolidação, onde as tendências recentes foram de certa forma “desconfiguradas”,
mas sem nenhum sinal concreto de alteração do cenário macro global. A posição
técnica dos ativos de risco parece estar afetando a dinâmica dos mercados no
curto-prazo. Contudo, passado este período, e confirmado o cenário que temos
visto se desenvolver a alguns meses, poderemos voltar a observar as tendências recentes
que temos comentado neste fórum.
Continuo
vendo o USD como o principal beneficiário global. Acredito que ainda estamos em
um ciclo de baixa para o preço das commodities e um ambiente mais propício aos
diferenciais micros do que posições macros no mercado de renda variável. No
mercado global de taxa de juros, os fundamentos locais serão mais fundamentais
do que grandes tendências globais.
A
despeito de mantido o cenário macro global, a posição técnica do mercado, já
preparada para este ambiente, parece estar gerando um período de
acomodação/consolidação destas tendências. Acredito que este tipo de movimento
é natural e saudável, e deve ser acompanhado atentamente para eventuais
oportunidades de alocação a risco.
A
agenda do dia volta a trazer números importantes, com destaque para o ZEW na
Alemanha, PPI e NAHB Housing Index nos EUA e IPC-FIPE no Brasil.
Brasil – Os jornais de hoje não trazem grandes novidades no
tocante a troca de ministério de Dilma. O foco continua na Operação Lava Jato e
suas repercussões. A mídia já começa a dar algum destaque ao movimento nas
ruas, ainda tímido, em prol do impeachment de Dilma. Por hora, ainda não há
nenhum sinal de que o segundo mandato de Dilma irá adotar medidas e postura
muito diferente daquelas que verificamos em seus primeiros 4 anos de governo.
Os sinais são de continuidade. O nome do Ministro da Fazenda ainda me parece
ponto fundamental neste processo.
EUA – O Empire Manufacturing divulgado ontem mostrou uma
economia mantendo o patamar de crescimento em novembro, a despeito de uma
produção industrial mais fraca em outubro. O destaque da semana ficará por
conta dos indicadores de inflação, com o Core CPI na quinta-feira, e para as
Minutas do FOMC, na quarta-feira.
China – O preço dos
imóveis na China apresentou mais um mês de queda em outubro: “Prices of new commodity residential properties for 70 medium-to-large-sized cities surveyed by the National Bureau
of Statistics (NBS) declined by 0.83% mom in October, versus -1.03% in September. The
slight improvement in mom home price decline is in line with Soufun's 100-city average new home price index which increased to -0.40% mom in October compared to -0.92%
mom in September.” O
país continua emitindo sinais de um menor crescimento estrutural de sua economia.
O governo local deve anunciar novas medidas, pontuais e localizas, com intuito
de dar suporte ao crescimento. Contudo, precisamos nos acostumar com um cenário
de menor crescimento do país no longo-prazo.
Japão – Após
o segundo trimestre consecutivo de queda no PIB, o governo de Abe irá dobrar a
aposta em suas políticas monetária e fiscal. O Primeiro Ministro deve adiar a
implementação da segunda etapa do aumento do VAT, irá dissolver o parlamento e
chamar novas eleições. Além disso, pode acabar anunciando um novo pacote de
estímulo fiscal a economia. Com estas medidas, Abe irá demonstrar que está
disposto a tomar qualquer risco político para dar continuidade a sua política econômica
que vem sendo implementada a cerca de 2 anos. Se será bem sucedido em sua
empreitada apenas o tempo dirá.
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