Fraco crescimento na CHina
A despeito dos dados de crescimento de outubro na China terem ficado abaixo das expectativas do mercado, os ativos de risco operam com leve tom positivo esta manhã. A certeza do mercado de que qualquer arrefecimento do crescimento será combatido com políticas monetárias mais frouxas pelos principais bancos centrais do mundo continua dando sustentação aos ativos de risco e, em especial, as bolsas globais. As bolsas e as commodities apresentam alta, com o USD levemente mais fraco e os bonds dos países desenvolvidos mostrando leve abertura de taxas de juros. A agenda do dia será mais agitada, com destaque para o Jobless Claims e JOLTS Job Openings nos EUA, além de alguns discursos de membros do Fed. Na Europa, o destaque ficará por conta dos números regionais de inflação na Alemanha. Na agenda local, o foco irá permanecer nos rumores em torno do nome para comandar o ministério da fazenda no segundo mandato do governo Dilma. Apenas manhã teremos a divulgação das vendas no varejo.
Brasil – Os ativos locais continuam ao sabor dos rumores em torno do nome que irá comandar o ministério da fazenda. Os jornais de hoje não trazem grandes novidades em torno deste assunto. Henrique Meirelles e Nelson Barbosa continuam sendo os favoritos segundo a imprensa. Na minha visão, o pendulo continuam mais favorável a Barbosa neste momento. Alguns nomes adicionais surgem como opção, como é o caso de remanejar Alexandre Tombini do BCB para a Fazenda, ou nomear Luciano Coutinho para o cargo. Marcelo Neri, do IPAE, também aparece como uma opção segundo os últimos rumores do mercado financeiro.
China – Os dados de atividade econômica de outubro ficaram abaixo das expectativas do mercado, confirmando um cenário de fragilidade do crescimento do país. Como tenho insistido há alguns meses, o menor crescimento econômico chinês parece cada vez mais estrutural e não cíclico. Os números recentes confirmam esta visão. A despeito da fraqueza da economia, ainda não há motivos para pânico. O governo deve continuar mantendo uma postura mais proativa e agressiva da condução de sua política monetária e fiscal, a fim de dar suporte a economia e colocar um piso no crescimento. Novas medidas nesta direção devem ser anunciadas nas próximas semanas. Mesmo com uma postura mais atuante, podemos esperar apenas uma acomodação/estabilização do crescimento. Dificilmente veremos uma aceleração mais rápida e acentuada do crescimento chinês. Os mercados financeiros globais precisam se acostumar, e precificar, um menor crescimento estrutural da economia do país, em um processo que pode ser gradual e prolongado. Riscos no mercado de crédito local existem e não são desprezíveis, o que demanda uma atenção especial e, por vezes, pode acabar gerando períodos pontuais de maior volatilidade e incerteza nos ativos que dependem da demanda chinesa. Em outubro, a produção industrial caiu de 8% YoY para 7.7% YoY, O Fixed Asset Investment passou de 16.1% YoY YTD para 15.9% YoY TYD e as vendas no varejo ficaram estáveis em 12% YoY.
Rússia – Além de um aumento da incerteza econômica local, após a mudança de postura do governo em relação a sua política cambial, a relação entre o país e a Ucrânia parece ter, novamente, entrando em uma nova espiral negativa e de confronto. A Rússia continua negando a atuação de tropas do país em território ucraniano, mas o governo da Ucrânia, e os seus aliados do ocidente, afirmam que estão vendo intensa movimentação de tropas russas na fronteira entre os dois países. Tendo a acreditar que o problema fique contido, se mostrando mais um evento pontual e localizado. Contudo, nos atuais preços de mercado (bolsas nos países desenvolvidos nos highs recentes, volatilidades baixas e etc) podemos ter uma reação negativa no curto-prazo (risk-off) caso observemos a continuidade de um enfrentamento diplomático e militar entre os dois países.
Europa – Os ativos europeus tiveram ontem um dia de forte pressão, com queda nas bolsas, abertura de taxa dos papéis da periferia e pressão no EUR. Os mercados locais estão ensaiando uma estabilização esta manhã, mas a inesperada fraqueza apresentada ontem demanda uma postura mais cautelosa no curto-prazo.
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