Alta no preço da gasolina

Na expectativa da divulgação dos dados de emprego de outubro nos EUA, os ativos de risco operam sem grandes movimentações essa manhã. Me chama a atenção, apenas, para mais uma rodada de 3% de depreciação do RUB, na Rússia. É o terceiro dia consecutivo de acentuada depreciação da moeda, o que pode acabar afetando o humor para os demais ativos de risco caso o movimento continue.

Na agenda do dia, além dos dados de emprego nos EUA, teremos o IPCA no Brasil.

Brasil – O governo anunciou uma alta de 3% no preço da gasolina e 5% no preço do diesel. Acredito que a medida é bem vinda, mas foi uma decisão atrasada e muito abaixo das expectativas de alta da gasolina entre 5% e 8%. O anuncio pode até ser visto como positivo pelo mercado no curtíssimo-prazo, mas na minha visão mostra que nada de efetivo, até o momento, mudou neste segundo mandato de Dilma. Seu governo continua fazendo o mínimo possível para enfrentar o desafios da economia, muitas vezes fazendo “conta de chegada” ao invés de encarar os problemas de frente. Caso o anuncio do ministro da fazenda não atenda as exigências de um nome sério, respeitado e independente, acredito que podemos continuar nesta espiral econômica negativa, que acabará sendo rapidamente precificada pelos mercados locais.

EUA – Devido ao nível atual de algumas classes de ativo,s e aos movimentos verificados recentemente, no caso do USD, por exemplo, acredito que a divulgação de hoje seja pouco trivial para a reação dos ativos de risco. Olhando do ponto de vista puramente econômico, acredito que qualquer numero entre 150 e 250 mil para o Payroll não altera o quadro macro geral da economia, e muito menos o “plano de voo” do Fed. A taxa de desemprego nos níveis entre 5.8% e 6.0% também se enquadra neste cenário. Será importante analisarmos os dados de rendimentos da mesma forma que o números de criação de vagas.

Europa – A produção industrial de setembro na Alemanha apresentou alta de 1.4% MoM, abaixo das expectativas de 2% MoM mas após revisão altista do mês anterior. Na França, a produção ficou estável, acima das expectativas de -0.2% MoM. A região continua mostrando sinais de fraqueza econômica e baixo crescimento. Contudo, ainda podemos esperar um crescimento em torno de 1% para a economia europeia este ano. O ECB já mostrou, por diversos ângulos, que está preparado a adotar medidas adicionais caso o cenário prospectivo não de desenvolva como o imaginado.


China – A economia chinesa continua crescimento a um patamar mais baixo do que no passado, o que confirma que a tendência de longo-prazo é um menor crescimento estrutural da China. Para evitar uma espiral mais negativa, o governo continua a adotar uma política monetária e fiscal mais proativa e agressiva, o que tem ajudada a dar alguma sustentação a economia do país.

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