Ata do Copom & ECB
Os ativos de
risco mantiveram ao longo do dia as tendências verificadas pela manhã, apenas
com uma leve acentuada no movimento de fortalecimento do USD no mundo. As
bolsas dos países desenvolvidos seguem bem suportadas, com as commodities sobre pressão e os bonds relativamente estáveis. Mantenho minha
visão de que essas tendências podem ser mais prolongadas do que cíclicas, mas
confesso que começo a ficar um pouco preocupado com a velocidade e com o
tamanho do movimento no mercado de moedas. Além disso, o quadro técnico parece
ter piorado sensivelmente nas últimas semanas.
O dia amanhã
será relevante, com destaque para a Ata do Copom no Brasil e a decisão do ECB
na Europa. Além disso, teremos o Jobless Claims nos EUA, o indicador mais contemporâneo
que temos do mercado de trabalho americano.
Brasil – Ata do
Copom. Olhando do ponto de vista de que o BCB elevou a Selic em 25bps
inesperadamente, fica difícil acreditar em uma Ata dovish por si só. Contudo, com o mercado já precificando um ciclo
adicional de 150-160bps nos próximos meses, com uma alta full de 50bps no Copom de dezembro, tendo a acreditar que possa
existir espaço para uma percepção dovish
da Ata vis-à-vis a precificação do mercado. Condicionado ao câmbio e ao ajuste fiscal,
acredito que o plano de voo do BCB seja um ciclo de 100bps, com mais 3 altas de
25bps em seu cronograma. Obviamente, uma depreciação adicional do BRL, e/ou um
ajuste fiscal não crível, podem acabar levando o BCB a um ciclo mais agressivo
de altas. No seu comunicado, o BCB afirmou: “À vista disso, o Comitê considerou oportuno ajustar as
condições monetárias de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência
de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016.” No meu ponto de vista, “a um
custo menor”, implica que o ciclo foi antecipado para evitar uma alta mais
agressiva da Selic. Está visão pode ficar mais clara na Ata de amanhã.
Europa – Após a decisão do BoJ, as
expectativas em torno do ECB já me parecem elevadas, abrindo espaço para
surpresas negativas. Acredito que Draghi irá manter uma mensagem extremamente dovish, mas não irá anunciar novas
medidas na reunião de amanhã. Com a compra de ABS e CB tendo começado apenas
este mês, me parece prudente esperar alguns meses antes de adotar medidas
adicionais. O ECB deverá deixar claro que existem instrumentos, e ele está
disposto a utiliza-los, caso o cenário não mostre uma recuperação mais evidente
do crescimento e melhora da inflação. Tenho o receio de que o discurso apenas
não será suficiente para atender as demandas do mercado.
EUA – o ADP Employment apresentou alta
de 230 mil postos de trabalho. A média móvel de 3 meses se encontra em
confortáveis 215k, patamar consistente com a continuidade de um processo de
recuperação do mercado de trabalho. O indicador deve manter o “plano de voo” do
Fed inalterado, como já havia sido sinalizado pelo último comunicado do FOMC. Os dados de emprego de outubro, que serão divulgados
na sexta-feira, serão fundamentais para a agenda de política monetária do Fed.
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