Cenário macro estável. Mercados em consolidação.
A semana passada não trouxe novidades para o cenário
macro global. Muito pelo contrário, confirmou o ambiente que temos visto se
desenvolver já há alguns meses, leia-se:
Nos EUA, a economia parece ganhar
momento e se estabilizar em um ritmo de crescimento mais robusto, em torno de
3%-3.5%. Os indicadores de emprego confirmam uma dinâmica favorável e positiva.
Contudo, ainda não há sinais claros de pressões inflacionárias. Assim, o Fed
pode manter seu programa gradual e bem telegrafado de normalização monetária.
Na Europa, o crescimento e a
inflação mostram-se estáveis, porém preocupantemente baixos. O ECB deve seguir
uma política monetária mais frouxa por um longo período de tempo. Cenário
semelhante estamos verificando no Japão.
Na China, a economia ainda
aparenta fragilidade e um crescimento estrutural mais baixo do que no passado,
mas sem motivos para pânico. O governo deve adotar uma política fiscal e
monetária mais frouxa para colocar um piso na economia, mas dificilmente
veremos os patamares exorbitantes de crescimento do passado.
Neste
ambiente, continuo vendo o USD como o principal beneficiário global. Acredito
que ainda estamos em um ciclo de baixa para o preço das commidities e um
ambiente mais propício aos diferenciais micros do que posições macros no
mercado de renda variável. No mercado global de taxa de juros, os fundamentos
locais serão mais fundamentais do que grandes tendências globais.
A
despeito de mantido o cenário macro global, a posição técnica do mercado, já
preparada para este ambiente, parece estar gerando um período de
acomodação/consolidação destas tendências. Acredito que este tipo de movimento
é natural e saudável, e deve ser acompanhado atentamente para eventuais
oportunidades de alocação a risco.
Finalmente,
continuo vendo alguns sinais de leniência por parte de algumas classes de
ativos. Vejo alguns riscos ainda mal precificados no mercado, entre eles: a
deterioração na situação econômica e política na Rússia, o menor crescimento
estrutural da China e a continuidade do processo de normalização monetária nos
EUA, ainda não totalmente precificado na curva de juros americana.
Abaixo,
segue um comentário mais extenso sobre os últimos acontecimentos no Brasil.
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