Tentativa de estabilização. Cenário, contudo, seguirá desafiador.
A noite foi marcada por mais uma
rodada de pressão negativa nos ativos da Ásia, com queda dos índices de bolsa da
China, depreciação do CNY e das demais moedas emergentes da região. A despeito
deste dinâmica, estamos amanhecendo com um bom desempenho das bolsas na Europa
e nos EUA. As moedas emergentes continuam mostrando sinais, incipientes e fragilizados,
de acomodação.
No final de semana, a mídia
internacional focou a atenção no potencial negativo da imposição de tarifas de
importação por parte dos EUA em produtos de importação da China, após Trump
voltar a sinalizar, e “tweettar” ao longo de todo o final de semana, sinalizações
em torno deste tema.
Acredito que o impacto mais imediato
será através de inflação mais elevada, especialmente se o governo Trump focar,
agora, em bens de consumo, o que parece ser o cenário mais provável. Ainda
acredito que a situação nesta frente deverá piorar antes de melhorar. Na
verdade, não vejo nenhum dos lados recuando sem uma pressão por parte do “Dr.
Mercado” (piora rápida e acentuada dos ativos de risco) ou com uma piora
expressiva do cenário econômico, neste caso, mais provável, neste momento, no
caso da China.
Na China, vimos dados de exportação e importação de agosto mais baixos
que o mês anterior e um pouco abaixo das expectativas. O que chamou mais a
atenção foi a piora no déficit comercial americano, que atingiu sua pior marca
da história. Pelo o que já escrito acima, não me parece um momento oportuno
para um número nesta direção. Hoje pela manhã foi divulgado o CPI, que
apresentou aceleração acima das expectativas, passando a 2,3% YoY. A inflação
de alimentação e problemas específicos no tocante a inflação de “porcos” explica
a distorção em relação as expectativas. Uma inflação mais elevada reduz a margem
de manobra do PBoC na tentativa de administrar os problemas da economia.
No Brasil, o tracking de
intenções de voto para as eleições do BTG Pactual\FSB mostrou avanço de
Bolsonaro, que se consolida na liderança, avanço de Haddad, que começa a ficar
mais conhecido com a campanha eleitoral e o apoio de Lula, avanço de Alckmin,
que ganha com elevada exposição na mídia, e avanço de Ciro Gomes, em detrimento
a queda de Marina e dos indecisos. Acredito que estes movimentos estão dentro
das expectativas do mercado. Continuo vendo o cenário eleitoral coo
extremamente competitivo e indefinido.
Na Inglaterra, o PIB de julho apresentou alta de 0,3% MoM, acima das
expectativas de 0,1% MoM.
Continuo
trabalhando com baixa exposição a risco em Brasil, vendo um cenário de
incerteza e volatilidade devido ao cenário externo e eleitoral. Acredito que a
reação do mercado na quinta-feira após o bárbaro atentado a Bolsonaro tenha
sido exagerada, puxado por posição técnica e iliquidez. Sigo tomado em juros na
parte intermediária da curva dos EUA, com posição comprada em puts de JPY e comprada em vol de índices de bolsas dos EUA para
compor o portfólio.
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