Brasil: Risco à inflação.


Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom majoritariamente positivo, na ausência de notícias relevantes mais concretas. Comentei sobre o efeito do Core CPI divulgado ontem nos EUA no final da tarde de quinta-feira (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/09/inflacao-mais-baixa-nos-eua-nao-muda-o.html).
Na agenda do dia, destaque para o “tracking” eleitoral da XP Investimentos no Brasil e para a pesquisa Datafolha, provavelmente apenas no final do dia. A agenda nos EUA trará alguns indicadores relevantes de crescimento, com as vendas no varejo e a produção industrial.
Na China, os dados de atividade econômica de agosto foram mistos, com os investimentos ainda em queda – o que foi o grande motor do crescimento por vários anos e mostra enorme dificuldades em mostrar reação nesta fase do ciclo econômico – mas com uma surpresa positiva nas vendas no varejo. A produção industrial ficou basicamente em linha com o esperado. Em linhas gerais, os números são pouco animadores. Mostram alguma acomodação\estabilização da economia, mas sem sinais de uma recuperação mais acentuada ou sustentável.
Segundo a mídia, a ONS poderá manter a bandeira vermelha até o final do ano. Como a maioria do mercado trabalha com um cenário de bandeira amarela, poderia levar a uma revisão das expectativas do IPCA para algo mais próximo de 4,5% este ano. Na minha visão, o melhor para a inflação já ficou para trás. Ainda não estamos diante de um cenário de inflação galopante, mas o BCB já está com muito menos margem de manobra para a inflação de curto-prazo e do ano que vem. Os riscos, no geral, são altistas para a inflação. Caso o câmbio se estabilize ou se acomode em um patamar mais elevado, digamos acima de 4,10, os modelos já apontam para uma inflação acima da meta e para a necessidade de uma alta de juros.
A curva precifica cerca de 100bps de alta de juros até o final do ano, com 3 reuniões do Copom, Os FRA´s mais longos já apresentam juros bastante elevados, na ordem de 12% e, em alguns vértices, acima de 13%. Não vejo esses prêmios como excessivos para o cenário de incerteza local e externa que estamos convivendo.


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