Sinais de pressões inflacionárias ao redor do mundo se acumulam.


O destaque desta manhã está por conta de mais uma rodada de abertura de taxas de juros nos EUA, o que está colocando alguma pressão nas bolsas globais. Os sinais de acumulo de pressão inflacionárias, não apenas nos EUA, mas ao redor do mundo desenvolvido, vão se tornando cada vez mais claros e inequívocos. Hoje foi a vez dos dados de emprego na Inglaterra apresentarem elevação acima das expectativas dos salários, confirmando um mercado de trabalho robustos, no pleno emprego e com o hiato do produto fechado.
A aceleração da inflação me parece apenas uma questão de tempo, de “quando” irá ocorrer, e não de “se” irá ocorrer. Neste pano de fundo, é natural esperar que os bancos centrais dessas economias continuem seu processo de normalização monetária e os mercados comecem a precificar de maneira mais real e concreta taxas de juros mais elevadas no curto e no médio prazo.
Continuo posicionado para este tema de investimento através de posições tomadas em juros na parte intermediária da curva dos EUA, com posição comprada em vol e em puts de JPY como hedge da posição. Não acredito que o cenário descrito acima, diante do atual nível de preço e valuation, deveria ser visto como positivo para o pano de fundo de risco global, por isso a composição do portfólio com estes hedges descritos acima.
No Brasil, a pesquisa Datafolha divulgada ontem trouxe algumas informações importantes. Bolsonaro se consolidou na liderança, mas em um primeiro momento ganhou pouco com o bárbaro episódio que o acometeu na semana passada. Ciro mostra avanço expressivo, no que me parece seus “15 minutos de fama” com sua proposta de retirar o nome dos devedores da lista do SPC. Alckmin ganha pouco terreno após 10 dias de horário eleitoral, esperava-se mais do candidato do PSDB. Haddad começa a mostra competitividade, mesmo sem o anuncio oficial do apoio de Lula. Marina, como esperado, começa a “derreter”.
Acredito que a pesquisa esteja, grosso modo, em linha com o esperado e mostra uma “fotografia” de indefinição no tocante ao segundo lugar nas pesquisas. Pensando friamente o cenário prospectivo, me parece que Haddad continua mostrando a melhor capacidade de angariar apoio na reta final para ter um lugar no segundo turno junto com Bolsonaro, que parece consolidado na liderança. O anuncio oficial do apoio de Lula, somado a campanha do PT devem trazer forte apoio ao candidato nos próximos dias. Não analisarei os cenários de segundo turno neste momento, pois acredito que será uma “nova eleição”.
Acredito que os mercados locais não receberão bem o cenário acima. A incerteza continuará elevada e a possibilidade de Bolsonaro e Haddad no segundo turno me parece um cenário considerado arriscado a luz do pensamento do mercado.

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