Sinais de contaminação.


Mais uma noite se passa e iniciamos mais um dia com o mesmo pano de fundo e a mesma dinâmica de mercado que já virou regra, ou seja, dólar forte e pressão nos ativos emergentes. Comentei bastante sobre isso nos últimos dias, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/ e aqui https://www.linkedin.com/in/dan-kawa-78361130/detail/recent-activity/shares/. Não entrarei em detalhes para não soar repetitivo.
Desde ontem, contudo, vemos sinais de contaminação este cenário emergentes mais negativo para outras classes de ativos, como as bolsas no mundo desenvolvido, que vinham se mostrando “blindadas” a este ambiente.
Após Argentina, Turquia e África do Sul, agora a Indonésia também entra no radar do mercado, com sua moeda atingindo o menor patamar da história após mais uma rodada de depreciação. Neste caso, o problema enfrentado pelo país é muito parecido com os casos dos demais emergentes. Continuo acreditando que tudo isso é apenas sintoma do mesmo problema, ou seja, a redução global de liquidez.
“Relif rallies” não podem ser descartados e devem ocorrer, mas mudanças de tendência apena diante de uma mudança brusca de cenário. Por isso, os dados de emprego esta sexta-feira e de inflação na semana que vem, nos EUA, serão tão importantes.
Não há novidades no Brasil. O Ibope cancelou a divulgação de sua pesquisa eleitoral pois havia utilizado Lula como candidato em um dos cenários, o que após a decisão do TSE tornou a pesquisa se sentido.
Nesta noite vimos a divulgação de um forte PIB na Austrália, mas uma forte queda do PMI na Índia e o Caixin Services PMI na China, reforçando a dicotomia de cenário entre países desenvolvidos, em especial os EUA, e os países emergentes, que parecem estar vivendo uma de suas maiores crises recentes se levarmos em conta a magnitude de depreciação de suas moedas.
Na Argentina, a despeito de todas as medidas já anunciadas, não há sinais de estabilização do cenário, com mais uma rodada de forte deterioração das expectativas. Segundo a Goldman Sachs:
According to the August central bank monthly survey, the median expectation for 2018 inflation (as measured by the National CPI; the yardstick for the inflation targeting framework) rose by a large +850bp to 40.3%. Furthermore, the median expectation for 2019 rose by +470bp, to 25.3%, while 2020 rose by 390bp, to 18.9%. Overall, inflation expectations for end-2018 and end-2019 deteriorated by a large +2,290bp and +1,370bp, respectively over the last 8 months. In fact, inflation expectations for end-2018 have now deteriorated for 16 consecutive months.

Furthermore, core inflation expectations have also deteriorated. The end-2018 median expectation for core inflation rose +1,000bp to 40.5%, end-2019 rose +550bp to 24.5%, and end-2020 rose +400bp to 18.0%.

According to the same survey, the market now expects the policy rate to end 2018 at 60.00% (up from 35.00% in the previous survey), and at 32.00% at end 2019 (up from 25.50% in the June survey). The same survey also shows that analysts are now considerably more bearish on the currency (median expectation for end-2018 ARS/USD weakened to 41.9 from 30.5, and for end-2019 weakened to 50.0 from 36.0).

Finally, with regards to the growth outlook, the median expectation for real GDP growth in 2018 declined to a significant contraction of -1.9% (from -0.3% in July and +2.5% in April) and 0.5% for 2019 (from 1.5% in July and 3.2% in April).

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