Guerra Comercial entra em estágio mais avançado.


No início da noite de ontem os EUA anunciaram o que já vinha sendo ventilado ao longo de todo o dia, leia-se, a imposição de tarifas de importação em cerca de US$200bi de produtos da China. As tarifas irão dobram depois de 1 ano, caso não haja avanço nas negociações entre os dois países. Os EUA declararam que entrarão na terceira fase de seu processo, ou seja, a imposição de tarifas em mais cerca de US$267bi de produtos da China, caso a China anuncie retaliação. Nesta manhã, a China anunciou que irá retaliar instantaneamente as medidas americanas.
Os ativos de risco reagiram de maneira bastante negativa a notícia, operaram sobre forte pressão ao longo de toda a noite, mas por volta de 3h00 iniciaram um processo de recuperação e, neste momento, operam com viés mais positivo e leve “risk-on”.
Eu vejo o cenário externo com cautela, não apenas pelo avanço da “guerra comercial”, mas como pelo quadro geral da economia dos EUA que venho descrevendo neste fórum há alguns meses. A “guerra comercial” adiciona uma pitada negativa a este pano de fundo.
Os movimentos mais positivos do mercado, na minha opinião, estão sendo puxados por posição técnica, nível de preços e valuations. A deterioração de algumas classes de ativos, como os ativos emergentes e as commodities metálicas não preciosas, acabou criando algum valor na classe, além de ter permitido uma posição técnica mais saudável, o que acaba trazendo demandas pontuais, ou “bargain hunters”, ao longo do tempo. Por ora, não vejo sinais de mudanças relevantes de cenário para alterar minha visão estrutural, mesmo que de maneira cíclica (curto-prazo) pudermos passar por um período de melhor desempenho.
Tenho tentado manter uma posição mais neutra em Brasil. A alocação ainda é extremamente baixa, com leve compra de inflação implícita e postura tática na ponta tomada de juros mais curtos. Para compor o portfólio, adicionamos pequenas alocações, via estruturas de opção com perda limitada, que alia venda de volatilidade (vol), compra de Bolsa e compra de BRL. Os “deltas” são relativamente baixos, mas com alguma exposição a vols mais baixas passada as eleições.

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