Guerra Comercial entra em estágio mais avançado.
No início da noite de ontem os EUA anunciaram
o que já vinha sendo ventilado ao longo de todo o dia, leia-se, a imposição de
tarifas de importação em cerca de US$200bi de produtos da China. As tarifas
irão dobram depois de 1 ano, caso não haja avanço nas negociações entre os dois
países. Os EUA declararam que entrarão na terceira fase de seu processo, ou
seja, a imposição de tarifas em mais cerca de US$267bi de produtos da China,
caso a China anuncie retaliação. Nesta manhã, a China anunciou que irá retaliar
instantaneamente as medidas americanas.
Os ativos de risco reagiram de
maneira bastante negativa a notícia, operaram sobre forte pressão ao longo de
toda a noite, mas por volta de 3h00 iniciaram um processo de recuperação e,
neste momento, operam com viés mais positivo e leve “risk-on”.
Eu vejo o cenário externo com
cautela, não apenas pelo avanço da “guerra comercial”, mas como pelo quadro
geral da economia dos EUA que venho descrevendo neste fórum há alguns meses. A “guerra
comercial” adiciona uma pitada negativa a este pano de fundo.
Os movimentos mais positivos do mercado,
na minha opinião, estão sendo puxados por posição técnica, nível de preços e valuations. A deterioração de algumas
classes de ativos, como os ativos emergentes e as commodities metálicas não
preciosas, acabou criando algum valor na classe, além de ter permitido uma
posição técnica mais saudável, o que acaba trazendo demandas pontuais, ou “bargain hunters”, ao longo do tempo. Por
ora, não vejo sinais de mudanças relevantes de cenário para alterar minha visão
estrutural, mesmo que de maneira cíclica (curto-prazo) pudermos passar por um
período de melhor desempenho.
Não há novidades relevantes em Brasil
(https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/09/brasil-uma-analise-do-mercado-local.html).
Tenho tentado manter uma posição mais
neutra em Brasil. A alocação ainda é extremamente baixa, com leve compra de
inflação implícita e postura tática na ponta tomada de juros mais curtos. Para
compor o portfólio, adicionamos pequenas alocações, via estruturas de opção com
perda limitada, que alia venda de volatilidade (vol), compra de Bolsa e compra
de BRL. Os “deltas” são relativamente baixos, mas com alguma exposição a vols
mais baixas passada as eleições.
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