Daily News – Sinais de fadiga no mercado local de crédito.
Os ativos de risco estão operando
em tom de otimismo, após forte alta das bolsas na Ásia, em especial, na China.
Na minha visão, não há mudanças
relevantes de cenário estrutural.
Me parece haver um censo de
esperança para esta semana. Alguns vetores ajudam nesta frente. São eles:
- Reunião de Jackson Hole nos EUA.
Maior evento do ano promovido pelo Fed em que os Bancos Centrais costumam dar
recados importantes aos mercados. Vejo espaço para sinalizações expressivas,
mas continuo vendo o poder da política monetária, na atual conjuntura, como
limitado.
- A estabilização das taxas de
juros no mundo desenvolvido, especialmente após os rumores de que os EUA
poderiam oferecer papeis de 50 e 100 anos, estão ajudando a estabilizar o humor
em relação aos ativos de risco.
- Há algum otimismo, mesmo que os
sinais sejam dúbios, de um acordo para a Guerra Comercial. Eu continuo vendo a
Guerra em seu auge e sem nenhum sinal de arrefecimento estrutural.
No Brasil, venho comentado
há alguns meses das condições e do quadro técnico comprometido do mercado de
crédito High Grade ou Investment Grade, ou seja, aquele considerado com “baixo
risco de crédito”.
Agora, começam a aparecer os
primeiros sinais de fadiga deste mercado. Na semana passada, uma emissão da
Rede D´or encontrou demanda apenas para cerca de 50% dos papeis ofertados. A taxa
muito baixa e a duration muita longa podem explicar o movimento.
Este pode ter sido um evento
específico, mas sem dúvida um sinal de alerta para um quadro que já vinha me incomodando
não é de hoje.
Nos últimos dias alertei para minha
preocupação com o mercado de crédito nos EUA. O gráfico abaixo resume bem está
minha preocupação. Houve um aumento expressivo da parcela de crédito BBB nos
papeis “Investment Grade”. Esta parcela apresenta condições menos saudáveis e
mais passivas a “downdgrades”. Este é um risco crescente e que precisa ser monitorado
em um ambiente de menos crescimento e mais inflação:
Na Europa, o CPI ficou abaixo das
expectativas, confirmando o quadro deflacionário desta “crise” e a incapacidade
da política monetária que vem sendo adotada nos últimos 10 anos para lidar com
este quadro:
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